São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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53 aliados votaram contra a criação do tributo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quase 30% dos congressistas que compõem a base aliada ao presidente Lula não seguiram a orientação do governo. Do total de 383 deputados dos partidos aliados, 53 votaram contra a criação da nova CPMF e os outros preferiram não votar, ou porque estavam ausentes ou para não marcar posição e arcar com o ônus do apoio ao novo tributo em um ano eleitoral.
Em quase todos os partidos da base houve defecções. No PT, por exemplo, 15 deputados não votaram pela criação da nova CPMF, incluindo o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP). Ele alegou que estava em reunião fora do Congresso e chegou atrasado para a votação. Nenhum petista, porém, votou contra a proposta.
O texto principal que regulamentou a emenda 29 obteve 288 votos favoráveis e o destaque que criou a CSS, que foi votado logo em seguida, só 259.
O PV foi o maior traidor na base. Dos 14 deputados do partido, 12 votaram contra a criação do imposto, e outros dois preferiram não votar. No PMDB, que tem a maior bancada (com 93 parlamentares), 9 votaram contra, e 15 não votaram, incluindo o presidente da legenda, Michel Temer (SP). O número de defecções no PR também foi alto, com 7 votos contrários e 11 ausentes.
"Defecções são normais, ainda mais em ano eleitoral. Tem candidato que prefere não arcar com o ônus de apoiar um novo imposto, mesmo que seja para melhorar a saúde", disse Maurício Rands, líder do PT.
A maioria dos parlamentares de partidos pequenos, que reclamavam da demora na liberação de emendas e que até a semana passada estavam indecisos sobre a criação do novo tributo, votou com a base aliada. Os dois parlamentares do PHS foram favoráveis à CSS e, no PSC, dos 12, 6 votaram a favor, 1 contra e os outros 4 preferiram não votar.
Na oposição as traições foram poucas. Na primeira votação, só dois parlamentares do DEM -Jeronimo Reis (SE) e Luiz Carlos Setim (PR)- apoiaram a regulamentação da emenda 29 como foi proposta na Câmara. Os dois deputados, porém, votaram contra a CSS.
No PSDB e no DEM ninguém foi favorável em nenhuma das duas votações.


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