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GOVERNO
Secretaria da Segurança do Maranhão comprovou agressões em laudo feito a pedido da Igreja Católica
Laudos confirmam agressões a ex-padre
da Agência Folha, em Fortaleza
Dois laudos feitos por médicos
da Secretaria da Segurança Pública
do Maranhão e da Arquidiocese de
São Luís afirmam que o professor
universitário de Filosofia e ex-padre José Antonio Magalhães Monteiro foi vítima, em 1970, de agressões no período em que esteve preso sob a guarda do atual diretor-geral da Polícia Federal, João Batista Campelo.
Monteiro foi preso por Campelo
no dia 3 de agosto de 70, em Urbano Santos (MA), e ficou detido de
forma incomunicável até o dia seguinte, em São Luís. Como havia
denúncias de que ele estava sendo
torturado, a arquidiocese pediu
que fosse feita uma perícia.
No dia 14 de agosto, a Polícia Federal autorizou os exames. Um
laudo foi assinado pelos médicos
da Secretaria de Segurança Pública
Artur Pimenta Perdigão, Carneiro
Belfort e Israel Perdigão Freire. O
outro, pelo padre João Moana, médico indicado pela Igreja Católica.
O laudo assinado pelos médicos
da Secretaria de Segurança começa
com Monteiro dizendo que tinha
sido ""esbofeteado, amarrado nos
pulsos e nos pés e suspenso do solo". Em seguida, o laudo diz que o
exame comprovou escoriações nos
pulsos, nos pés e no rosto de Monteiro. Assim como o laudo assinado por Moana, o dos médicos diz
que ele foi vítima de agressões por
""objeto contundente".
A denúncia sobre a prisão e a tortura de Monteiro foi relatada em
nota da Comissão Episcopal da
Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil do Nordeste 1 (Ceará,
Piauí e Maranhão), datada do dia
25 de agosto de 1970.
Assinada por 15 bispos, a nota registra também prisão do padre Xavier Gilles, atual bispo de Viana
(MA), e relata que Monteiro foi
""amarrado nos punhos e nos pés,
pendurado num pau que ia de uma
janela a uma mesa".
Monteiro negou que tenha delatado o diretor-geral da Polícia Federa na época em que os dois estudaram em seminário em São Luís
(MA). ""Isso é uma piada de mau
gosto. É uma mentira deslavada. É
preciso ter muita cara-de-pau para
inventar essa história."
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