São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR
Tortura

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Boris Casoy, ontem:
- Tortura é insuportável!
Não falava do ex-padre e do diretor da Polícia Federal, mas dos sem-terra do Paraná, libertados ontem.
Eles teriam sido torturados esta semana -e não em 1970. Estavam machucados.
Porém, segundo a Record:
- A secretaria de Segurança Pública anunciou que não quer falar do assunto.
Nem o Jornal Nacional, que não falou do assunto, ponto. É o mesmo JN que, anteontem, destacava como manchete a denúncia -de três décadas- feita pelo ex-padre.

A Globo faz o que pode pelo escândalo da propina. O caso, desde o início do ano, veio simbolizar o investimento na Globo São Paulo.
Assim, está no ar desde terça a série que expõe diariamente um vereador malufista em suas bases eleitorais. Ontem foi Archibaldo Zancra, de Vila Prudente e Sapopemba.
Mais importante, a Globo trocou a CPI pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Os delegados e promotores são as estrelas, no lugar de José Eduardo Cardozo.
Ontem, já ilustravam cenas como a da suposta queima de arquivos da máfia na regional de Pinheiros.
O escândalo continua.

Se a Globo não deixa em paz o malufismo, o SBT agarra-se a ele com obstinação.
Paulo Maluf surgiu há dias num programa popularesco, programa que seguiu depois em campanha aberta contra Mário Covas -dizendo que, se fosse hoje a eleição, seria outro o escolhido.
É o mesmo SBT que manteve como seu âncora, na cobertura do escândalo, o locutor da campanha eleitoral malufista. O mesmo SBT que usou, nos carnês do Baú da Felicidade, o símbolo malufista.
Sem a Manchete, que virou Rede TV!, Maluf vai tornando o SBT seu novo palanque.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


Texto Anterior: Almirante comemora nova apuração
Próximo Texto: Cardoso recupera status de ministro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.