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MALAS SUSPEITAS
R$ 10 milhões teriam sido arrecadados em eventos no domingo
Igreja Universal afirma que dinheiro foi doado por fiéis
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Igreja Universal do Reino de
Deus informou ontem, por meio
de nota, que o dinheiro apreendido pela Polícia Federal veio da
"doação de fiéis" e seria usado no
pagamento de impostos, aluguéis,
empregados e contas de água, luz
e telefone, além da compra de
imóveis e móveis.
Ainda segundo a Igreja Universal, a matriz da instituição, localizada em Santo Amaro (SP), controla todos os pagamentos. Por
essa razão, o dinheiro transportado no avião seria depositado em
agências bancárias de São Paulo.
O dinheiro foi doado no domingo por fiéis, conforme informa a
nota, durante eventos, realizados
em templos, de comemoração ao
28º aniversário da igreja.
Segundo a nota, "todo valor
transportado para depósito em
São Paulo era em moeda nacional, o que não caracteriza ato criminoso, sendo que teve origem
categoricamente comprovada e
amparada pela Constituição".
No comunicado, a Universal diz
ainda que o deputado federal e
bispo João Batista Ramos da Silva
(PFL-SP) e os demais bispos presentes no avião "portavam autorização expressa da igreja para
transporte de dinheiro, inclusive
com descrição da origem e finalidade dos valores".
Bispo da Igreja Universal, o líder do PL no Senado, Marcelo
Crivella (RJ), afirmou que as sete
malas de dinheiro apreendidas
com o deputado "não têm nada a
ver com dólares escondidos em
cueca, com corrupção".
O senador tentou diferenciar o
episódio envolvendo a igreja da
prisão, na última sexta-feira, de
José Adalberto Vieira da Silva
com R$ 200 mil em uma valise e
US$ 100 mil (R$ 237 mil) na cueca.
Ele era secretário do diretório do
PT no Ceará e assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do partido José Genoino.
Segundo Crivella, o dinheiro
transportado pelo deputado é fruto de doações de fiéis da região da
Amazônia e de Brasília e estaria
sendo transportado para São Paulo porque as agências bancárias
regionais não aceitariam um volume tão grande de dinheiro em
notas pequenas.
Ele disse que em São Paulo são
feitos pagamentos de salários, de
aluguéis, de compra de imóveis e
de contas de consumo da Igreja.
Segundo ele, 70% das notas que
estavam nas malas eram de R$ 5,
R$ 10 ou R$ 20, outros 25% seriam notas de R$ 50 e apenas 5%
em notas de R$ 100.
Crivella afirmou ter conversado
com o ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) para evitar a exploração política do episódio. "Sei
que nesse momento há rivalidade
entre o partido do governo e o
PFL, mas ele [Batista] não está ali
como integrante do PFL e sim como presidente da Igreja", disse.
Ainda segundo o senador, a PF interceptou as malas por achar que
poderia haver notas falsas.
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