|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jogos exercem forte lobby no
governo federal
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O "Plano Diretor da Promoção da Indústria de Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos
no Brasil", elaborado em dezembro pela Abragames (Associação Brasileira da Indústria
Brasileira das Desenvolvedoras
de Jogos Eletrônicos), ajuda a
entender por que a Telemar investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa da qual é sócio
Fábio Luís Lula da Silva, filho
do presidente da República.
A Gamecorp atua num ramo
de negócios que desenvolve
um forte lobby junto ao governo federal -principalmente
na pasta de Gilberto Gil, da
Cultura- com o objetivo de
enquadrar os jogos eletrônicos
entre os programas beneficiados pela Lei Rouanet (sistema
de mecenato na forma de patrocínio incentivado via abatimento do imposto de renda).
Outro foco do plano é o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio da Finep (pretende-se a cooperação entre indústria e academia e a criação
de linhas de crédito especiais
para projetos de jogos, como o
"Programa Juro Zero"). Finalmente, a Abragames pleiteia a
revisão da tributação do setor
de jogos eletrônicos.
Entre especialistas, instituições acadêmicas e empresários
que colaboraram no Plano Diretor, está Kalil Bittar, sócio do
filho de Lula na G4 Brasil.
O mercado deve movimentar
cerca de US$ 50 bilhões em todo o mundo, neste ano. O interesse da telefonia é revelado no
plano: "O desenvolvimento de
jogos para celular no Brasil
funciona de forma semelhante
ao resto do mundo: as operadoras de telefonia se tornaram
os distribuidores desse mercado e compartilham receitas
com os desenvolvedores".
Mas esse ainda é um mercado
pouco rentável no Brasil, que
não tem tradição em desenvolvimento de jogos e onde o setor
convive com a pirataria. Em setembro havia no país 40 empresas dedicadas ao desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Segundo a Abragames, Gil
defende a criação de "políticas
públicas" para as chamadas
"indústrias criativas". O Ministério da Cultura lançou um
concurso de jogos brasileiros.
Em outubro, a Abragames lamentava que o anteprojeto da
Ancinav (Agência Nacional do
Cinema e do Audiovisual),
agência para regulamentar o
setor audiovisual, não fazia referência a jogos. Em novembro, a Abragames comemorou
a indicação de representante
no Comitê Assessor da Secretaria do Audiovisual, para colaborar junto ao governo na elaboração de um plano de desenvolvimento do setor.
Texto Anterior: Negócios: BNDES nega influência em ação da Telemar Próximo Texto: Gamecorp também foi alvo da Brasil Telecom Índice
|