São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2000


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PAINEL

Medida preventiva
O modelo de venda de parte das ações da Caixa Seguros está sendo desenhado pelas consultoras Goldman Sachs e Boston Consulting. Por decisão de Emílio Carazzai (CEF), que detectou antecipadamente os lobbies em jogo e resolveu precaver-se para, mais tarde, não ser acusado de fazer um mal negócio.

Boquinha a perigo
A Delphos, que tinha como conselheiros Eduardo Jorge e José Jorge (PFL), relator da subcomissão que investiga EJ, joga contra a venda de parte das ações da Caixa Seguradora. E não é para menos. Ela detém o monopólio do processamento de seguros da empresa.

Cortina de fumaça
Embora Serra (Saúde) tenha dito no "Em Questão", de Maria Lydia (TV Gazeta), que não vai se opor ao lobby para dar mais um ano de vida ao patrocínio automobilístico da indústria do fumo, o ministro já atua no Senado para que o projeto seja mantido como saiu da Câmara.

Conta outra
O governo tem uma explicação cândida para a MP editada ontem criando instrumentos de combate aos cartéis, estimulando, inclusive, a delação: sua incapacidade legal para aprofundar investigações nessa área. Resta saber por que demorou tanto para jogar a toalha.

Miopia federal
Exemplo da incapacidade do governo para combater os cartéis: há denúncias de formação de cinco grandes na área de distribuição de gasolina. Há várias evidências estatísticas, como o paralelismo de preços e a coincidência nas datas do fim dos descontos nos preços. Mas a fiscalização não consegue uma prova.

Velhos compadres
Segundo homem na hierarquia do FMI, Stanley Fischer telefonou ontem a Pedro Malan (Fazenda). Para elogiar a venda de ações da Petrobras (como, aliás, recomendava o Fundo) e a troca de US$ 5,2 bi no exterior de títulos antigos por títulos novos da dívida brasileira.

Farol baixo
FHC cobrou do PSDB a defesa do governo sem constrangimentos, como julga que vem ocorrendo. Na sua avaliação, os números econômicos são munição suficiente para que a sigla deixe a vergonha de lado.


Quem te viu...
A fidelidade de Arthur da Távola ao governo na subcomissão do EJ tem provocado a seguinte pergunta entre os colegas: "O que mudou?" Há um ano, o "marechal", como o tucano tem sido chamado no Congresso, ameaçou deixar o PSDB dizendo não querer acabar sua "modesta história na direita".

Só barulho
Suspeito de ter feito a gravação de uma entrevista com o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, Fábio Simão, assessor de Luiz Estevão, se recusou a fornecer amostra de sua voz à Polícia Federal, que ficou irritada. Bobagem. A PF não dispõe da fita original para fazer a comparação.

Aliança temporária
Os cinco candidatos a prefeito de Campo Grande (MS) entraram com um requerimento conjunto no TRE pedindo para que possam usar, no lugar dos candidatos a vereador, o primeiro dia do horário eleitoral gratuito, na terça. Alegam que, na estréia, a audiência será bem maior.

A conferir
Candidato a vereador em SP, Roberto Trípoli (PSDB) comprometeu-se com a ONG Recicle Um Milhão de Vidas, que apóia crianças com câncer, a recolher e a doar o material plástico que vier a ser usado em sua campanha. A entidade aguarda iniciativas semelhantes.

Visita à Folha
O procurador da República Luiz Francisco de Souza, a convite, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do senador Carlos Wilson, candidato do PPS à Prefeitura do Recife, culpando a reeleição para suas dificuldades de arrecadar recursos para a campanha:
- A reeleição é um caixa para quem está no poder. É um chamariz para a corrupção. Lula (PT) teve o mesmo problema na campanha de 1998.

CONTRAPONTO

Censura tática

Em 1994, o ex-banqueiro e ex-ministro da Agricultura José Eduardo de Andrade Vieira ajudou na arrecadação de fundos para a campanha de FHC.
Recentemente, disse que a campanha rendeu uma sobra de R$ 130 mi. Os tucanos responderam dizendo que Vieira era leviano e ressentido por haver perdido o controle acionário do banco Bamerindus.
Vieira pensou em partir para o bate-boca, mas foi contido por seu advogado, Roberto Bertoldo. Ele insistiu, mas Bertoldo disse que só continuaria defendendo-o sob duas condições.
- Qual a primeira? perguntou Vieira.
- Você não fala nada - respondeu Bertoldo.
- E a segunda?
- Não pode mais ler jornais.
- Ué, por quê? - quis saber Vieira.
- Porque, se você ler jornais, não cumpre a primeira!



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