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Maluf vira réu em
processo do túnel
Ayrton Senna
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Paulo Maluf (93-96), candidato pelo PPB à eleição
paulistana, agora é réu no processo judicial que apura superfaturamento da construção do túnel
Ayrton Senna.
O juiz da 6ª Vara da Fazenda
Pública Wanderley Sebastião Fernandes acolheu, ontem, a ação
por improbidade administrativa
proposta pela promotoria, que
aponta Maluf como um dos responsáveis pelo desvio de R$ 5,89
milhões da obra.
O juiz não concordou com o pedido de bloqueio de bens do ex-prefeito, por entender que Maluf,
se condenado, tem recursos suficientes para arcar com um eventual ressarcimento ao erário.
A mesma ação havia sido proposta pelo Ministério Público em
24 de julho, mas foi devolvida pela
Justiça por conter erros materiais.
Além de Maluf, são réus o ex-secretário de Obras Reynaldo de
Barros, o consórcio de empresas
CBPO/Constran (responsável pela obra) e técnicos da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização).
Barros foi procurado pelo celular, mas não foi localizado. Em
sua casa, uma mulher, que não
quis se identificar, disse que ele
não estava. As empresas e a
Emurb informaram, por meio de
suas assessorias de imprensa, que
não vão comentar a decisão.
Essa é a nona ação civil por improbidade administrativa (má
administração pública) oferecida
pela promotoria contra Maluf,
que está recorrendo de cinco condenações. Dessas nove, o ex-prefeito foi absolvido em dois.
"Ilegítimo"
A assessoria de imprensa de
Maluf disse que a obra é "perfeitamente legal" e que Maluf é parte
ilegítima do processo. "Seria a
mesma coisa que culpar o presidente da República por irregularidades no BNDES", disse o assessor Adilson Laranjeira, referindo-se ao grampo colocado no órgão,
que revelou uma suposta influência de FHC no leilão da Telebrás.
Para ele, a ação do Ministério Público "parece ter sido feita por um
advogado de partido político".
"A Justiça ainda não julgou,
apenas aceitou a ação que, aliás, já
havia sido rejeitada por conter diversos erros. A Justiça será uma
excelente forma para provar que a
gestão Maluf foi limpa e honesta."
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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