São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2001

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Dassault promete fabricar caça no país

ALCINO LEITE NETO
DE PARIS

A Dassault, grupo francês de longa tradição na aviação militar, afirma que quer transformar o Brasil em uma base de exportação de seu Mirage 2000, que ganharia a extensão BR para indicar sua procedência, caso a companhia vença a licitação para fornecer novos caças para a FAB (Força Aérea Brasileira).
A informação é de Yves Robins, diretor de relações internacionais da Dassault para a área de Defesa. Leia a seguir trechos de sua entrevista, na qual confirmou o que a Embraer já havia anunciado, a intenção de fabricar a aeronave na cidade de Gavião Peixoto (SP).
 

Folha - A Dassault diz que vai propor a transferência de tecnologia na concorrência F-X. De que tipo?
Yves Robins -
Totalmente, 100%, sem nenhuma restrição.

Folha - Mesmo dos softwares de sistemas de armas?
Robins -
Absolutamente tudo. A política de nossa sociedade é a de fazer sempre a transferência de tecnologia sem restrição, ainda mais no caso da associação com nossa parceira, a Embraer, que construirá o Mirage no Brasil. Não há nada que se oponha à transferência completa de tecnologia.

Folha - A construção do Mirage no Brasil significa que o país pode se tornar um produtor para a América Latina?
Robins -
Não apenas para o continente latino-americano, mas para todos os países do mundo que tiverem necessidade de um avião equivalente a esse. Nós prevemos colaborar com a Embraer para que ele seja construído no Brasil, com tecnologia brasileira, e vendido fora.

Folha - A FAB terá também acesso à tecnologia ou apenas os engenheiros da Embraer?
Robins -
Ambos. A partir do momento em que não há qualquer restrição de tecnologia, a Embraer terá acesso, e a FAB terá acesso tanto quanto a Embraer.



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