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Dassault promete fabricar caça no país
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
A Dassault, grupo francês de
longa tradição na aviação militar,
afirma que quer transformar o
Brasil em uma base de exportação
de seu Mirage 2000, que ganharia
a extensão BR para indicar sua
procedência, caso a companhia
vença a licitação para fornecer novos caças para a FAB (Força Aérea
Brasileira).
A informação é de Yves Robins,
diretor de relações internacionais
da Dassault para a área de Defesa.
Leia a seguir trechos de sua entrevista, na qual confirmou o que a
Embraer já havia anunciado, a intenção de fabricar a aeronave na
cidade de Gavião Peixoto (SP).
Folha - A Dassault diz que vai propor a transferência de tecnologia
na concorrência F-X. De que tipo?
Yves Robins - Totalmente, 100%,
sem nenhuma restrição.
Folha - Mesmo dos softwares de
sistemas de armas?
Robins - Absolutamente tudo. A
política de nossa sociedade é a de
fazer sempre a transferência de
tecnologia sem restrição, ainda
mais no caso da associação com
nossa parceira, a Embraer, que
construirá o Mirage no Brasil.
Não há nada que se oponha à
transferência completa de tecnologia.
Folha - A construção do Mirage no
Brasil significa que o país pode se
tornar um produtor para a América
Latina?
Robins - Não apenas para o continente latino-americano, mas para todos os países do mundo que
tiverem necessidade de um avião
equivalente a esse. Nós prevemos
colaborar com a Embraer para
que ele seja construído no Brasil,
com tecnologia brasileira, e vendido fora.
Folha - A FAB terá também acesso
à tecnologia ou apenas os engenheiros da Embraer?
Robins - Ambos. A partir do momento em que não há qualquer
restrição de tecnologia, a Embraer
terá acesso, e a FAB terá acesso
tanto quanto a Embraer.
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