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BANESTADO/OUTRO LADO
Eduardo Valverde diz que, "se oposição atacar, recebe"
Deputado petista admite que
intenção é retaliar PSDB e PFL
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Eduardo
Valverde (PT-RO) admitiu ontem
que a estratégia dos integrantes
do partido na CPI do Banestado é
retaliar o PSDB e o PFL, caso a
oposição insista na convocação
de pessoas próximas do partido,
como o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O deputado, autor do requerimento para a criação da CPI do
Banestado na Câmara, participou
da conversa gravada pela TV Senado em 23 de junho.
"Se atacar, recebe. É bateu, levou. É a história do bateu, levou",
disse Valverde à Folha, repetindo
o bordão de Claudio Humberto,
ex-porta-voz do presidente Fernando Collor de Mello (90-92).
O deputado fez ameaças ao
PSDB e ao PFL. "Temos muita
coisa aí acumulada para detonar
esse outro lado." Indagado sobre
quem seria esse outro lado, Valverde esclareceu: "O tucanato, os
pefelês". Valverde confirmou a
expressão "caminhão" para designar supostas evidências que a
CPI teria contra a oposição.
E por que a CPI não investiga o
"caminhão"? "Vai chegar esse
momento. Essa CPI já foi prorrogada por duas vezes. Tem muita
coisa, tem muita coisa. Agora,
tem que fazê-lo de maneira cautelosa, para evitar injustiças."
Valverde foi o autor do requerimento para a CPI ouvir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O pedido foi retirado ontem, após "apelo da liderança" do
PT. O deputado culpou a oposição pela "luta política" na CPI.
"Quem quer jogar a lama na parede é a oposição. Desde o começo,
tanto o Mentor quanto o nosso
pessoal na comissão não querem
fazer disso aí um cavalo de batalha para atacar as oposições, e sim
resolver o problema que fez com
que houvesse a evasão e se permitisse a lavagem."
O advogado Roberto Teixeira
foi procurado ontem, por telefone, em seu escritório em São Paulo. A atendente afirmou que não
havia meios de entrar em contato
com o advogado. Antonio Cipriani também foi procurado ontem,
sem sucesso. O assessor de comunicação de sua empresa anotou o
recado, mas não houve retorno
até as 22h30 de ontem.
(RV e AM)
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