São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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BANESTADO/OUTRO LADO

Eduardo Valverde diz que, "se oposição atacar, recebe"

Deputado petista admite que intenção é retaliar PSDB e PFL

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO) admitiu ontem que a estratégia dos integrantes do partido na CPI do Banestado é retaliar o PSDB e o PFL, caso a oposição insista na convocação de pessoas próximas do partido, como o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O deputado, autor do requerimento para a criação da CPI do Banestado na Câmara, participou da conversa gravada pela TV Senado em 23 de junho.
"Se atacar, recebe. É bateu, levou. É a história do bateu, levou", disse Valverde à Folha, repetindo o bordão de Claudio Humberto, ex-porta-voz do presidente Fernando Collor de Mello (90-92).
O deputado fez ameaças ao PSDB e ao PFL. "Temos muita coisa aí acumulada para detonar esse outro lado." Indagado sobre quem seria esse outro lado, Valverde esclareceu: "O tucanato, os pefelês". Valverde confirmou a expressão "caminhão" para designar supostas evidências que a CPI teria contra a oposição.
E por que a CPI não investiga o "caminhão"? "Vai chegar esse momento. Essa CPI já foi prorrogada por duas vezes. Tem muita coisa, tem muita coisa. Agora, tem que fazê-lo de maneira cautelosa, para evitar injustiças."
Valverde foi o autor do requerimento para a CPI ouvir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O pedido foi retirado ontem, após "apelo da liderança" do PT. O deputado culpou a oposição pela "luta política" na CPI. "Quem quer jogar a lama na parede é a oposição. Desde o começo, tanto o Mentor quanto o nosso pessoal na comissão não querem fazer disso aí um cavalo de batalha para atacar as oposições, e sim resolver o problema que fez com que houvesse a evasão e se permitisse a lavagem."
O advogado Roberto Teixeira foi procurado ontem, por telefone, em seu escritório em São Paulo. A atendente afirmou que não havia meios de entrar em contato com o advogado. Antonio Cipriani também foi procurado ontem, sem sucesso. O assessor de comunicação de sua empresa anotou o recado, mas não houve retorno até as 22h30 de ontem. (RV e AM)


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