DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliado do presidente do Senado, o líder do PMDB na Casa, Valdir Raupp (RO), evita revelar seu voto, mas acusa a oposição de ter transformado o caso em uma "devassa" e num "processo político" contra Renan Calheiros. Raupp tacha de "bobagem" uma renúncia de Renan da presidência do Senado antes da votação. (VC)

 

FOLHA - O sr. evita declarar o voto, mas como aliado do presidente do Senado o sr. concorda com ele quando diz que está sendo vítima de perseguição política?
RAUPP - Se você analisar com base na representação do PSOL, com certeza absoluta, porque ela não acusa nada. Agora, o que está se fazendo é uma devassa na vida financeira e privada do senador.

FOLHA - O sr. diria, então, que extrapolaram o processo?
RAUPP - Eu entendo que sim. O processo do Renan virou igualzinho a uma CPI, tem aqueles que acusam, os que defendem. Até os relatórios são uma peça de acusação. Virou um processo político.

FOLHA - Caso Renan seja absolvido, o sr. o aconselharia a deixar a presidência?
RAUPP - É uma questão pessoal. Acho que até pode abrir espaço para um entendimento, mas após a votação. Tem muita gente querendo fazer antes, é bobagem.

FOLHA - Na hipótese de o senador ser cassado, quem o sr. acha que poderia sucedê-lo?
RAUPP - Não discuto essa questão antes da hora.

FOLHA - Qual é o futuro do Senado?
RAUPP - É claro que a cada processo há um desgaste. Agora, eu discordo que a instituição vá morrer. Ela não morre, ela sobrevive. São problemas que passam.


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