São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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PRESIDENTE

Em encontro com Garotinho, líderes decidem que não haverá apoio em bloco

Evangélicos se dividem sobre 2º turno

FERNANDA DA ESCÓSSIA
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de uma reunião ontem com o candidato derrotado do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, líderes de igrejas evangélicas anunciaram que não houve acordo sobre quem eles vão apoiar no segundo turno.
No primeiro turno, as igrejas evangélicas, em bloco, acompanharam Garotinho. Para o segundo turno, cada denominação deverá decidir individualmente seu rumo -o que não impede acordos entre algumas igrejas para apoiar um candidato ou outro.
Garotinho voltou a declarar apoio ao petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse, ao final da reunião, que não chegou a pedir o voto dos religiosos para o petista e que se deu por satisfeito ao conseguir "neutralizar a debandada para [José" Serra [PSDB]".
"Quando cheguei aqui, encontrei quase uma unanimidade pró-Serra, mas eu falei para eles: "Desse jeito, vocês vão me desmoralizar". Dessa forma, consegui que as intenções ficassem meio a meio."
Participaram do encontro 23 líderes evangélicos e parlamentares de sete igrejas: Assembléia de Deus, Presbiteriana, Batista, Igreja Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Quadrangular e Centro Evangelístico de Niterói. Alguns representavam entidades como a Adhonep (Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno) e a Omeb (Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil).
Falando em nome do grupo, o pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, disse que o consenso foi impossível porque a unanimidade entre eles era Garotinho. "Agora queremos Garotinho 2006", disse Isaías de Souza Maciel, presidente da Omeb.
Até agora, uma das duas convenções da Assembléia de Deus, a de Madureira, declarou apoio a Serra. As principais lideranças políticas da Universal apóiam Lula e tentam costurar um acordo pró-Lula com as demais igrejas evangélicas.
"Esse resultado foi até positivo. Todos pelo Lula era difícil, e o meu temor era que fossem todos para o Serra", afirmou o coordenador político da Universal, deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ), que não foi à reunião. Ele disse que participou ontem de um encontro com parlamentares evangélicos para tornar público um manifesto pró-Lula.


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