São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2005

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"PACTO COM O DIABO"

O vice-presidente, José Alencar, deu nota zero para a política monetária do governo Lula. Disse, em sua primeira declaração sobre o assunto durante a sabatina da Folha, que o governo "fez um pacto com o diabo", ao criticar o que chamou de "maior taxa básica real do mundo".
Alencar refuta a tese de que juros altos são um indicativo de austeridade fiscal, e faz um cálculo de que poderiam ser economizados R$ 210 bilhões por ano com o pagamento da dívida. Esse dinheiro, na opinião do vice-presidente, poderia transformar o Brasil se fosse destinado a projetos de educação, saúde, saneamento e infra-estrutura e segurança.
"É evidente que a política monetária está errada. Essa política não é austera do ponto de vista fiscal. Em 2003 gastamos R$ 145 bilhões com pagamento de juros. Em 2004, foram R$ 128 bilhões e, para esse ano, a previsão é de R$ 152 bilhões. A soma dos três anos equivale a mais de R$ 420 bilhões, ou mais de R$ 140 bilhões por ano. Isso, do ponto de vista nominal, é, no mínimo, o dobro do que poderia ser. Poderíamos ter economizado R$ 210 bilhões, e estaríamos em outro mundo em matéria de saúde, educação. Não há nada de prioritário que não pudéssemos atender."
Ele disse ainda ser "perdulária" a administração orçamentária no Brasil: "Uma política econômica austera, de responsabilidade fiscal, pressupõe equilíbrio orçamentário, enquanto o nosso Orçamento é deficitário em razão da rubrica juros. Isso é administração orçamentária perdulária. Não responsável, mas sim perdulária".

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