São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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Em caminhada, petista diz que DEM é coronelista e que foi extinto no Nordeste

DA REPORTAGEM LOCAL

A um dia do primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, a candidata Marta Suplicy (PT) subiu o tom contra "as práticas do DEM", partido do adversário Gilberto Kassab. Em entrevista no Jardim Colombo, bairro pobre na região do Morumbi, onde fez caminhada ontem, Marta disse que o DEM é "coronelista" e que foi "extinto" no Nordeste.
O PT deverá intensificar o discurso sobre as diferenças partidárias para tentar obter mais votos na classe média, onde a candidata vai mal.
"As práticas do PFL [antigo nome do DEM] não são práticas que os outros partidos dessa cidade têm conhecimento. São práticas que foram extintas, práticas coronelistas, do não diálogo com a população." Para ela, o DEM perdeu a força política no Nordeste, ao mesmo tempo que se fortaleceu em São Paulo. "São Paulo estar forte com o DEM aqui é uma coisa que o paulistano tem que refletir porque não somos uma cidade que um dia elegeu o PFL."
A caminhada foi marcada por agressões e confusão entre militantes e seguranças do PT e uma equipe do programa humorístico "CQC", da Band, que foi impedida de se aproximar dela por diversas vezes.
Militantes do PT com bandeiras e adesivos e seguranças empurraram e seguraram o repórter Danilo Gentili, que depois disse à Folha ter levado socos, chutes e cotoveladas.
Um dos produtores do programa carregava um manequim para repetir uma cena real ocorrida na campanha, na qual Marta cumprimentou um boneco por engano.
Quando Marta deixou o local, o repórter do "CQC" foi de novo hostilizado por militantes e moradores. Quando deixava o local, Gentili teria sido xingado pelo fotógrafo da campanha petista, César Ogata, que negou ter dito ofensas. Segundo os produtores do "CQC", antes Ogata teria incentivado os militantes a bolinarem o repórter. O fotógrafo também negou.
Em resposta, Gentili atirou o microfone contra Ogata a cerca de três metros, atingindo e fazendo sangrar a orelha esquerda do fotógrafo. Ogata chamou a polícia e foi encaminhado a uma delegacia. A equipe do "CQC" foi embora antes de a polícia chegar ao local.
A equipe de Marta negou que os seguranças tenham agredido Gentili. (RUBENS VALENTE)



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