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PROTESTO
Um deles disse que ato foi planejado; MST comenta hoje
Seis sem-terra são indiciados
por quebra-quebra em pedágio
da Agência Folha, em São José do Rio Preto
Seis pessoas ligadas ao MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) foram indiciadas por roubo, dano e incêndio
qualificados por destruir um pedágio na rodovia Castelo Branco
em Boituva (SP).
A depredação aconteceu durante manifestação no Dia Nacional de Paralisação e Protesto,
contra a política econômica.
Os sem-terra saquearam e destruíram 11 cabines do pedágio,
quando voltavam de manifestação em Sorocaba. Duas cabines
foram incendiadas.
Os indiciados foram transferidos de madrugada para cadeias
em Sorocaba, Tatuí, Itapetininga
e Iperó. Outros 84 acampados,
detidos depois do quebra-quebra, serão ouvidos em inquérito
na partir da próxima semana.
Desses, 42 não portavam documentos. Eles retornaram para o
acampamento do MST em Iaras,
sob escolta de 52 policiais.
Um dos detidos, Edmar Pereira
dos Santos, 18, disse em interrogatório que o ataque foi planejado. Os outros cinco presos disseram que só falam em juízo.
São eles: Elvis Vieira Ferreira
Lima, 18, Valquimar Reis Fernando, 26, Rosalino Bispo de Oliveira, 40, Odair Moraes da Rosa, 35,
e Benedito Ismael Cardoso, 47.
Cardoso tem passagem pela polícia por roubo, furto, porte de
entorpecente e desacato.
O advogado Marcio Rogério
Marques, que presta assistência
ao MST, informou que vai entrar
na Justiça com pedido de habeas
corpus. "Não existe prova de que
foram eles os autores."
A direção estadual do MST divulga hoje nota oficial sobre o caso. Nenhum dirigente quis se manifestar sobre o caso ontem.
O diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, disse
que as informações sobre o episódio serão juntadas ao inquérito já
aberto em Brasília para apurar incitação ao crime que João Pedro
Stedile, líder nacional do MST, teria cometido durante a Marcha
pelo Brasil, no dia 8 de outubro.
Na ocasião, Stedile chamou os
sem-terra a "quebrar os pedágios" e a "invadir o latifúndio" no
Dia Nacional de Paralisação e
Protesto -depois, ele recuou. No
dia seguinte, o ministro da Justiça, José Carlos Dias, determinou
à PF a abertura de inquérito.
Anteontem, em Porto Alegre,
Stedile afirmou que a depredação
não foi orientada pelo MST e que
ela ocorreu porque "sempre tem
alguém mais alvoroçado".
A passagem no pedágio está liberada. O DER (Departamento
de Estradas de Rodagem) informou que quatro cabines voltam a
operar hoje ao meio-dia e alertou
para provável congestionamento,
em razão do feriado prolongado.
Segundo o órgão, o prejuízo estimado com a destruição do pedágio é de R$ 140 mil. No quebra-quebra, um valor não apurado
em dinheiro teria sido saqueado.
Passam pelo pedágio diariamente uma média de 6.500 veículos, o que proporciona uma arrecadação de cerca de R$ 55 mil.
Colaborou free-lance para a Folha
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