DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem estar cansado. "Também estou cansado", disse ele, referindo-se à saída do ex-assessor especial Oded Grajew do governo.
E acrescentou: "Mas eu tenho, por dever de ofício, que trabalhar para cada vez mais melhorar o Estado brasileiro, reformar o Estado brasileiro, desburocratizar, melhorar a eficiência. É uma luta. Precisamos lembrar como encontramos a administração pública do Brasil".
O desabafo de Dirceu foi feito ontem de manhã, no Palácio do Planalto, depois da cerimônia de lançamento do programa Luz para Todos, de eletrificação rural.
José Dirceu, que teve participação forte inclusive no período de transição governamental, no final do ano passado, já pensa em tirar férias.
Ele disse a dois líderes partidários que espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça a reforma ministerial até o dia 15 de dezembro. O ministro-chefe da Casa Civil prefere esperar essa data para então passar 15 dias afastado do trabalho.

Casa Civil dividida
Questionado sobre a proposta de dividir o poder da Casa Civil -notadamente o órgão mais forte e poderoso da Esplanada-, Dirceu deu uma pista do que está se passando nos bastidores do Palácio do Planalto:
"Eu vou dividir: vou deixar a Casa Civil para o José e a ação governamental para o Dirceu".
Uma das idéias que estariam sendo cogitadas na reforma ministerial seria a divisão da Casa Civil em duas pastas: uma ficaria responsável pela coordenação das ações de governo; a outra, pela articulação política, que seria entregue a um parlamentar próximo do Planalto.
Questionado a respeito da possibilidade de o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), líder do governo na Câmara, assumir um cargo na Casa Civil, José Dirceu respondeu apenas: "O Aldo está do meu lado, está fazendo um trabalho excelente e tem todo o respaldo e apoio nosso, particularmente do presidente".


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