São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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Alencar almoça com Albuquerque, que deve ficaar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, deu mais uma demonstração de que o general Francisco Albuquerque será mantido no comando do Exército. Alencar almoçou ontem no Quartel General do Exército com Albuquerque e todo o Alto Comando da Força.
Estavam presentes todos os 15 generais de quatro estrelas (generais-de-exército), incluindo Albuquerque, e mais os principais assessores diretos do comandante, como o general João Gabriel Esper, chefe do Cecomsex (Centro de Comunicação Social do Exército), pivô da crise que resultou na queda do então ministro da Defesa José Viegas.
No almoço, que foi no terraço do prédio principal do QG, Alencar contou sua trajetória pessoal, empresarial e política, ilustrando com "casos mineiros".
A reunião do Alto Comando já estava previamente agendada, e Alencar combinou com o comandante Albuquerque que aproveitaria a oportunidade para dar "uma demonstração de apreço pelo Exército".
Conforme a Folha apurou, o Exército começou a substituir, discretamente, seus quadros que servem no Ministério da Defesa e que trabalharam junto ao ex-ministro Viegas. Essa operação está sendo encarada como "limpeza de área", para cercar o novo ministro de uma equipe "descontaminada" pelo clima ruim entre Exército e Defesa.
Os dois lados estão em atrito desde as discussões para aumento do soldo. As relações azedaram de vez com a publicação de um texto do Exército considerado de defesa da ditadura militar (1964-1985) e até dos seus órgãos de repressão. O texto foi escrito pelo Cecomsex.
Viegas caiu, mas ficou um suspense sobre a permanência ou não do comandante da Força.


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