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ELEIÇÕES
Diretores falam a deputados
Institutos propõem manual de pesquisa
da Sucursal de Brasília
Diretores dos principais institutos de pesquisa defenderam medidas para aperfeiçoar a atividade,
como a criação de um manual sobre divulgação dos levantamentos.
O manual serviria para orientar
empresas de comunicação sobre a
forma de divulgar as pesquisas
sem dar a impressão de que elas refletem o resultado oficial e não um
momento obtido por amostragem.
Os diretores participaram ontem
de audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos
Deputados.
Foram ouvidos representantes
do Datafolha, Ibope, Vox Populi e
Soma (de Brasília), no momento
em que a Câmara discute a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar
suposta manipulação de resultados ou falha na metodologia.
O diretor-executivo do Ibope,
Carlos Augusto Montenegro, disse
que houve erro no resultado da
pesquisa de intenção de voto realizada pelo instituto no Distrito Federal. Ele condenou a proposta de
instalação da CPI. "O intuito da
CPI é só tumultuar."
Montenegro disse que o Ibope
deverá fazer pesquisas com maior
rapidez, no prazo de 24 horas, para
reduzir o risco de erro em razão da
velocidade dos acontecimentos em
alguns momentos do processo
eleitoral.
Os diretores dos institutos de
pesquisa defenderam o aperfeiçoamento do capítulo da Lei Eleitoral que trata dessa questão e medidas para a auto-regulamentação
do setor.
Eles afirmaram que uma comissão da Associação Nacional das
Empresas de Pesquisa já está estudando medidas como a criação do
Conselho Nacional de Auto-Regulamentação da Pesquisa Publicada,
que receberia queixas da sociedade
e as apreciaria.
O deputado Fernando Gabeira
(PV-RJ) propôs a elaboração de
um Código de Ética do setor.
Os representantes dos institutos
e vários parlamentares atribuíram
parte das supostas discrepâncias
entre os resultados apurados e os
números oficiais das eleições a erros na votação em urna eletrônica.
O diretor do Datafolha, Mauro
Francisco Paulino, disse que um
terço dos resultados apurados pelo
instituto extrapolou a margem de
erro porque houve digitação incorreta por parte do eleitor na máquina de votar.
Segundo ele, levantamento posterior do Datafolha mostrou que
14% dos votos da eleição presidencial não coincidiram com a intenção de voto do eleitor.
Paulino lamentou o fato de a polêmica sobre a credibilidade das
pesquisas ter surgido, no primeiro
turno, em razão de comparações
dos resultados de boca-de-urna
apurados pelos institutos e os parciais da Justiça Eleitoral, no momento em que a apuração praticamente se restringia aos votos em
urna eletrônica.
Ele afirmou que as comparações
foram "inacreditavelmente malfeitas e com um grau de irresponsabilidade que nos deixou estarrecido".
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