São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2002

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2002 SEM RUMO

Instituição estrangeira avalia eleição no país

Serra é o governista mais inclinado a mudar política de FHC, diz banco

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na avaliação de 15 analistas do Banco Credit Suisse First Boston, dos "presidenciáveis governistas", o ministro José Serra (Saúde) é o mais inclinado a alterar a política econômica do governo FHC.
A governadora Roseana Sarney (PFL-MA) é identificada como mais comprometida do que o próprio FHC com a independência do Banco Central, a austeridade fiscal e o câmbio flutuante.
Essas análises subjetivas estão na publicação "Brasil: guia para as eleições de 2002", editada pelo CSFB há três meses, com mil exemplares distribuídos entre clientes no Brasil e no exterior.
A avaliação, segundo o banco, "reflete a percepção inicial de um grupo de atentos observadores da economia brasileira a respeito da tendência programática dos principais presidenciáveis". O CSFB publicará um boletim mensal de acompanhamento das eleições.
Na visão do banco, a privatização pode ser "desacelerada, interrompida ou até mesmo revertida" numa administração chefiada por um oposicionista (Lula, Itamar, Garotinho). As chances de um BC independente e da manutenção de acordos com o FMI parecem menores se a oposição vencer.
Na média, os pré-candidatos da oposição estão menos inclinados a abandonar o câmbio flutuante, a austeridade fiscal e as metas de inflação. Depois de Lula, Itamar é visto como o presidenciável com maior probabilidade de alterar a política econômica. Ciro Gomes (PPS) ocupa posição intermediária, rigorosamente no "centro", num quadro que aponta os candidatos mais e menos comprometidos com temas econômicos.
Dos presidenciáveis do PSDB, Serra parece defender mais mudanças na economia do que Tasso Jereissati (na época, o cearense não havia se afastado da disputa).
A publicação traz capítulos sobre os partidos e o processo eleitoral. Com base em pesquisas e reportagens, foram montados quadros com a percepção da opinião pública sobre características pessoais dos presidenciáveis.
Lula aparece com pontos fortes: "imagem positiva, percepção de honestidade e carisma pessoal". Como pontos fracos, surgem "a falta de experiência, reduzida formação educacional, seu poder de oratória e aparência física". Os pontos fortes de Roseana são "o carisma e a aparência física", mas faltam à governadora "melhor saúde e um pouco mais de experiência em cargos públicos".



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