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2002 SEM RUMO
Instituição estrangeira avalia eleição no país
Serra é o governista mais inclinado a mudar política de FHC, diz banco
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na avaliação de 15 analistas do
Banco Credit Suisse First Boston,
dos "presidenciáveis governistas", o ministro José Serra (Saúde)
é o mais inclinado a alterar a política econômica do governo FHC.
A governadora Roseana Sarney
(PFL-MA) é identificada como
mais comprometida do que o
próprio FHC com a independência do Banco Central, a austeridade fiscal e o câmbio flutuante.
Essas análises subjetivas estão
na publicação "Brasil: guia para as
eleições de 2002", editada pelo
CSFB há três meses, com mil
exemplares distribuídos entre
clientes no Brasil e no exterior.
A avaliação, segundo o banco,
"reflete a percepção inicial de um
grupo de atentos observadores da
economia brasileira a respeito da
tendência programática dos principais presidenciáveis". O CSFB
publicará um boletim mensal de
acompanhamento das eleições.
Na visão do banco, a privatização pode ser "desacelerada, interrompida ou até mesmo revertida"
numa administração chefiada por
um oposicionista (Lula, Itamar,
Garotinho). As chances de um BC
independente e da manutenção
de acordos com o FMI parecem
menores se a oposição vencer.
Na média, os pré-candidatos da
oposição estão menos inclinados
a abandonar o câmbio flutuante,
a austeridade fiscal e as metas de
inflação. Depois de Lula, Itamar é
visto como o presidenciável com
maior probabilidade de alterar a
política econômica. Ciro Gomes
(PPS) ocupa posição intermediária, rigorosamente no "centro",
num quadro que aponta os candidatos mais e menos comprometidos com temas econômicos.
Dos presidenciáveis do PSDB,
Serra parece defender mais mudanças na economia do que Tasso
Jereissati (na época, o cearense
não havia se afastado da disputa).
A publicação traz capítulos sobre os partidos e o processo eleitoral. Com base em pesquisas e
reportagens, foram montados
quadros com a percepção da opinião pública sobre características
pessoais dos presidenciáveis.
Lula aparece com pontos fortes:
"imagem positiva, percepção de
honestidade e carisma pessoal".
Como pontos fracos, surgem "a
falta de experiência, reduzida formação educacional, seu poder de
oratória e aparência física". Os
pontos fortes de Roseana são "o
carisma e a aparência física", mas
faltam à governadora "melhor
saúde e um pouco mais de experiência em cargos públicos".
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