São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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Vantagem da mulher diminuiria

DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma da Previdência do setor público é importante mas o novo governo terá de enfrentar, também, os três tabus que sempre entravaram mudanças estruturais no setor: idade mínima para mulheres, aposentadoria dos professores e aposentadoria por tempo de serviço. Essa é a opinião de Fabio Giambiagi, especialista em contas públicas. "Sem mexer nessas três questões, o déficit do INSS vai estourar no futuro", diz.
A idade mínima para aposentadoria das mulheres é 50 anos, cinco a menos do que para os homens. Giambiagi defende que essa diferença caia para dois anos.
"A justificativa para manter esse diferencial é que as mulheres exercem uma dupla jornada de trabalho", diz. "A questão pode ser socialmente justa, mas há um problema aritmético: as mulheres se aposentam antes e vivem mais. A conta não fecha", acrescenta.
Outro problema que, segundo ele, onera o INSS, é a aposentadoria dos professores. Como a maioria é mulher, a aposentadoria ocorre dez anos antes: cinco a menos pela profissão e cinco pela condição feminina. "É dramático: há situações em que a pessoa se aposenta aos 45 anos", afirma.
Ele também defende o fim do sistema de aposentadoria por tempo de serviço. "Essa figura esdrúxula só existe em mais cinco ou seis países, todos produtores de petróleo", diz. Para ele, a reforma da Previdência deveria trocar o tempo de serviço, por aposentadoria apenas por idade.



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