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ELEIÇÕES NA CÂMARA
PMDB alerta para "surpresa'; deputado do PP se candidata
Partidos pressionam PT para definir a candidatura única
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O impasse do PT está inflacionando o custo político da candidatura de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da
Câmara. Procurados pelo petista
José Genoino, presidentes de diferentes partidos alertam para o risco de a campanha oficial naufragar caso Virgílio Guimarães (PT-MG) mantenha-se na disputa.
Repetindo o que os tucanos haviam dito na terça-feira, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), avisou ontem a Genoino que "enquanto o
PT tiver dois candidatos, ninguém vai se decidir".
Na saída de uma audiência de
quase uma hora com Genoino,
Temer afirmou que, mantida a
candidatura de Virgílio, pode haver surpresa na eleição. "Voto secreto é sempre secreto."
Esse também foi o discurso da
cúpula do PTB -incluindo o ministro Walfrido Mares Guia e o
presidente do partido Roberto
Jefferson (RJ)- na semana passada em audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
com Genoino. "Se Virgílio não retirar a candidatura, pode complicar no plenário", disse o secretário-geral do PTB, Luiz Antônio
Fleury Filho (SP).
Na conversa com Genoino, chegaram a admitir que apostavam
na escolha de um petista mais popular. Enquanto o PT não se decide, o deputado Severino Cavalcante (PP-PE) -uma espécie de
porta-voz do baixo clero- ganha
fôlego para anunciar sua candidatura. Procurado por insatisfeitos
com a atuação de Greenhalgh na
presidência da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), Cavalcante disse que "não há força
que o faça desistir da candidatura". O anúncio, adianta, só acontecerá na quarta-feira.
Em 2001, Severino trocou sua
candidatura por uma vaga à Mesa
encabeçada pelo hoje governador
Aécio Neves (PSDB-MG), mas jura que, desta vez, vai derrotar os
dois. "O Virgílio vai ter mais voto
que o outro", contabilizou.
Não é à toa que Genoino saiu do
encontro com Temer dizendo-se
consciente do problema. Ele afirmou ainda que buscará uma solução para "poder construir um
acordo mais sólido com os partidos". Genoino disse que não quer
"compartilhar esse problema
com os partidos"."Temos compromisso, com os partidos, de solucionar esse problema. Esse é um
problema do PT. O PT é que tem
que resolver", reconheceu.
Na semana passada, para facilitar a negociação com os partidos
da oposição, Genoino tentou afastar a candidatura de Greenhalgh
do Palácio do Planalto. "O governo não tem interferência nenhuma, o governo não teve escolha, o
governo não teve indicação. Isso
está claro nas declarações do presidente Lula."
Ele admite, porém, que seria
"melhor para o governo" uma
eleição sem grandes tensões. E diz
ainda que um acordo com os partidos pavimentará futuras negociações, como a reforma política.
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