|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GASTO DO LEGISLATIVO
Além de modernização de apartamentos, deputados tiveram reajuste e aumento para assessor
Pacote da Câmara inclui reforma de moradia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além do pretendido aumento
para assessores e o reajuste da
verba de custeio, a Mesa da Câmara aprovou a reforma de 144
apartamentos funcionais para deputados em 2005 a um custo estimado de R$ 24 milhões. Até o final de 2006 deverão ser reformados todos os 432 apartamentos,
localizados em Brasília, que estão
em mau estado de conservação.
Hoje, apenas metade dos apartamentos está ocupada, e a maioria dos deputados optam por receber um auxílio-moradia de R$
3.000 e escolher outro local para
ficar. Além de reparos estruturais,
a reforma incluiu a modernização
das instalações, como a troca do
acabamento dos apartamentos.
Ainda há previsão de proposta de
troca da mobília.
Os problemas de conservação
existem, apesar do gasto anual de
cerca de R$ 2.000 em manutenção
por apartamento, inclusive os vazios. Não está definido se haverá
alguma mudança na opção exercida pelos parlamentares de morar ou não nos apartamentos funcionais após a reforma.
Outra obra pretendida, mas ainda não aprovada, é a construção
do quinto anexo da Câmara, para
abrigar novos gabinetes, auditório, biblioteca e museu.
Quem decidiu pela reforma
-os apartamentos têm de 212 m2
a 225 m2- foi o presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), e
os outros integrantes da Mesa,
com base em relatório técnico. A
provisão orçamentária já foi feita,
e o edital de licitação é preparado.
Além da execução desse gasto,
ficará nas mãos do novo presidente da Câmara o ônus político
de colocar em votação o aumento
da verba de gabinete, um impacto
de quase R$ 67 milhões por ano.
Já está em vigor também o reajuste de 25% na verba indenizatória, usada para manter a infra-estrutura política dos deputados em
suas bases eleitorais. Cada um
agora tem o direito de ter gastos
de até R$ 15 mil reembolsados.
Antes, eram até R$ 13 mil.
João Paulo defendeu a necessidade dos aumentos anteontem,
mas ficou irritado ontem ao ser
questionado pela imprensa sobre
o assunto, especificamente sobre
o momento político do aumento
de gastos (leia texto nesta página).
Além das verbas e da ajuda para
moradia, os deputados recebem
15 salários anuais de R$ 12.847,20,
com possibilidade de vencimentos adicionais em caso de convocação extraordinária. Dos benefícios constam ainda outros
R$ 4.000 para gastos com telefone
e serviços de postagem. Para circular da capital a seus Estados,
eles têm direito ainda a quatro
passagens por mês.
O salário dos deputados teve
aumento em janeiro de 2003,
quando valia R$ 8.362. Para o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), segundo-secretário da Mesa
e candidato avulso à presidência
da Casa, o salário deveria ser nivelado com o dos ministros do STF,
que é de R$ 19.115,19.
Verba indenizatória
A verba indenizatória foi criada
em agosto de 2001, época em que
cada deputado podia gastar
R$ 7.000 mensais.
Em 2003, a falta de transparência com relação ao uso dessa verba gerou controvérsias e uma disputa que chegou até o Supremo
Tribunal Federal. O órgão determinou a divulgação dos comprovantes dos gastos à imprensa, mas
depois recuou. Naquele momento, João Paulo defendeu a divulgação futura dos gastos pela internet, porém não abriu a documentação relativa àquele ano.
Texto Anterior: Virgílio fala com Lula e João Paulo, mas não desiste Próximo Texto: Outro lado: Reajuste das verbas é "justo", diz João Paulo Índice
|