|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acordo definirá divisão do poder no Congresso
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se vitorioso, os próximos
passos do acordo entre PT,
PMDB e PSDB na eleição à
presidência da Câmara serão
restabelecer regras de divisão de poder na Casa e elaborar uma agenda congressual
comum para 2007.
A Folha apurou que os
três principais pontos dessa
agenda são reforma política,
conclusão da reforma tributária iniciada em 2003 e nova regra de endurecimento à
edição de MPs. PT, PMDB e
PSDB poderão ainda dividir
relatorias de projetos importantes e distribuir em acordo
os espaços nas comissões
permanentes da Câmara.
No acerto pelo qual PSDB
e PMDB decidiram apoiar
oficialmente a candidatura
do líder do governo, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), a presidente da Casa, o governador
tucano José Serra recebeu a
promessa de que a futura
bancada de 20 deputados estaduais petistas apoiará a
aprovação do Orçamento de
2008. O suporte ao tucano
Vaz de Lima para presidir a
Assembléia Legislativa paulista faz parte do acerto.
Já o grupo do PMDB da
Câmara contará com o empenho de Chinaglia para indicar um novo ministro no
segundo mandato de Lula
-o mais cotado é o deputado
federal Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA). No acerto com
o PT, o PMDB recebeu a promessa de que terá o apoio
dos petistas para eleger o
presidente da Casa em 2009.
Apesar de ter sido surpreendido pelo êxito da articulação petista com os peemedebistas da Câmara, o
que tornou Chinaglia favorito na disputa contra Aldo
Rebelo (PC do B-SP), Lula
tem interesse no entendimento do PT com o PSDB.
Durante a eleição presidencial, quando derrotou o
tucano Geraldo Alckmin,
Lula dizia em conversas reservadas que proporia um
acordo aos "vencedores" do
PSDB -Serra e o governador
de Minas, Aécio Neves. Os
dois tucanos são potenciais
candidatos a presidente e
têm boa relação com Lula.
Aécio é mais ameno politicamente. Serra, que fez um
discurso de posse marcando
diferenças com Lula e o PT,
diz que gosta pessoalmente
do presidente. A articulação
petista concretizou uma intenção de Lula. Se a aliança
para eleger Arlindo for exitosa, o que parece provável hoje, Lula terá um cenário congressual mais organizado
que o atual, especialmente
comparado ao cenário de luta entre governo e oposição
dos dois últimos anos.
Em São Paulo, o grupo da
ex-prefeita Marta Suplicy
deverá ter relacionamento
menos beligerante com os
tucanos que no passado.
Marta e Serra restabeleceram contatos políticos e sabem que poderão eventualmente ser adversários em
2010. A ex-prefeita é também uma presidenciável.
No entanto, a depender do
cenário político, poderão
não se enfrentar. Ela não está inclinada a disputar a Prefeitura de São Paulo em
2008, mas poderá fazê-lo se
não for contemplada por Lula com um ministério. Marta
também poderia ser candidata a governadora em 2010.
Serra e Aécio são beneficiados porque estabelecem
diferenças com as alas do
PSDB e do PFL mais radicais
na oposição a Lula. Por ora
ambos estão empenhados no
sucesso de suas gestões, uma
precondição para um vôo
mais alto, como o Planalto.
Texto Anterior: 2º mandato: PDT fará parte do governo e quer Ministério Próximo Texto: Suplentes empregam até 25 assessores por um mês Índice
|