São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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Lula reúne Vannuchi e Jobim para encerrar a crise no Planalto

Ministros tiveram 1º encontro ontem, sem o presidente, para acertar mudanças no programa de direitos humanos

Alterações no texto que pede investigação de crimes cometidos na ditadura militar, além da defesa do aborto, serão debatidas


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Protagonistas de embate no Planalto por causa do 3º Programa de Direitos Humanos, os ministros Paulo Vannuchi (Secretaria de Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa) foram chamados ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar encerrar o impasse em torno do polêmico decreto.
Embora sem a participação do presidente, os dois ministros trataram por mais de uma hora da controvérsia sobre a comissão da verdade, órgão proposto pelo plano para apurar torturas e desaparecimentos ocorridos na ditadura.
A reunião ocorreu na sede provisória do governo, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), entre as 19h30 e 21h e contou com a presença do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Os ministros marcaram um novo encontro com Lula, hoje, para tentar fechar o acordo. À Folha, Vannuchi disse que o assunto seria encerrado nesse encontro.
Antes da reunião entre os ministros, o governo estudava uma fórmula considerada de meio-termo para acalmar os dois lados: mudar a parte em que o plano determina investigações de violações de direitos humanos cometidas pela "repressão política", que significa apurar só os crimes de tortura e morte cometidos pelos agentes do Estado. A expressão seria retirada, deixando que projeto de lei ao Congresso especificasse melhor sua extensão.
Como havia outras duas questões que incomodavam os militares, além da polêmica em torno do aborto, uma sugestão colocada foi mudar o enunciado do plano para dizer que ele não estava instituído, mas apenas apresentado, e que o Congresso discutirá seus aspectos mais polêmicos. A decisão final deve ser tomada depois do encontro dos ministros com Lula.


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