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Lula reúne Vannuchi e Jobim para encerrar a crise no Planalto
Ministros tiveram 1º encontro ontem, sem o presidente, para acertar mudanças no programa de direitos humanos
Alterações no texto que pede investigação de crimes cometidos na ditadura militar, além da defesa do aborto, serão debatidas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Protagonistas de embate no
Planalto por causa do 3º Programa de Direitos Humanos, os
ministros Paulo Vannuchi (Secretaria de Direitos Humanos)
e Nelson Jobim (Defesa) foram
chamados ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para tentar encerrar o impasse
em torno do polêmico decreto.
Embora sem a participação
do presidente, os dois ministros trataram por mais de uma
hora da controvérsia sobre a
comissão da verdade, órgão
proposto pelo plano para apurar torturas e desaparecimentos ocorridos na ditadura.
A reunião ocorreu na sede
provisória do governo, no
CCBB (Centro Cultural Banco
do Brasil), entre as 19h30 e 21h
e contou com a presença do
chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Os ministros
marcaram um novo encontro
com Lula, hoje, para tentar fechar o acordo. À Folha, Vannuchi disse que o assunto seria
encerrado nesse encontro.
Antes da reunião entre os
ministros, o governo estudava
uma fórmula considerada de
meio-termo para acalmar os
dois lados: mudar a parte em
que o plano determina investigações de violações de direitos
humanos cometidas pela "repressão política", que significa
apurar só os crimes de tortura
e morte cometidos pelos agentes do Estado. A expressão seria retirada, deixando que projeto de lei ao Congresso especificasse melhor sua extensão.
Como havia outras duas
questões que incomodavam os
militares, além da polêmica em
torno do aborto, uma sugestão
colocada foi mudar o enunciado do plano para dizer que ele
não estava instituído, mas apenas apresentado, e que o Congresso discutirá seus aspectos
mais polêmicos. A decisão final
deve ser tomada depois do encontro dos ministros com Lula.
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