São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Complicômetro 1
Má notícia para João Paulo Cunha (PT-SP). A Prefeitura de Guaratinguetá informou ao Conselho de Ética que apenas em agosto de 2005 o instituto de pesquisas Datavale recolheu os impostos referentes às notas fiscais apresentadas pelo deputado para justificar o uso de R$ 50 mil sacados do valerioduto.

Complicômetro 2
Duas notas têm data de setembro e uma de dezembro de 2003. A numeração é seqüencial. O ex-presidente da Câmara, hoje na fila da cassação, diz ter pago pesquisas para diretórios do PT. Documento indica que as três foram as únicas notas emitidas no mesmo talão da Datavale.

Bateu...
De Orestes Quércia sobre José Dirceu, segundo quem a liderança do ex-governador na sucessão paulista indicaria que "a questão ética não terá tanta importância nas próximas eleições": "As acusações contra meu governo, comprovadamente falsas, vieram do PT".

...levou
Segue o peemedebista: "90% vieram do deputado cassado José Dirceu e do ministro destronado Luiz Gushiken. A opinião pública acabou enxergando a intenção política daquelas acusações. Dirceu mentiu e continua a mentir. Só que hoje ele é um homem desmoralizado".

Lado escolhido
O presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, fez reunião em sua casa com membros da Executiva e coordenadores regionais em apoio a Aloizio Mercadante como candidato ao governo.

Ciente
Chegou às mãos de Lula uma pesquisa Ibope em que Marta Suplicy tem desempenho melhor que o de Mercadante.

Escolinha Bandeirantes
O especialista em contas públicas Raul Velloso é um dos "professores" do presidenciável tucano Geraldo Alckmin.

Comitê de recepção
Parlamentares de oposição preparam faixas e cartazes com alusões apimentadas ao mensalão e à crise política. Prometem exibir o material em plenário caso Lula vá mesmo ler a mensagem de abertura dos trabalhos legislativos, amanhã.

Curto-circuito 1
Imobilizado por pressões petistas e tucanas no episódio da chamada "lista de Furnas", o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), prepara manobra radical: sugerir em seu texto uma comissão para investigar todo o setor elétrico, algo que nem o governo quer.

Curto-circuito 2
Serraglio rejeita incluir Furnas em seu texto por entender que não há mais tempo para investigar o caso. É a brecha a que o PT pretende recorrer para melar a votação do relatório caso o deputado insista em citar Lula.

Caixa-registradora
Em busca de vaga para concorrer a deputado federal, o ex-prefeito Celso Pitta (PTB) manda recado aos petistas preocupados com um novo depoimento de Duda Mendonça, seu ex-marqueteiro: "É pessoa de caráter frágil, que cuida unicamente de seu interesse financeiro".

Outro lado
Na interminável guerra de versões entre a CPI e o Ministério da Justiça, este nega ter atrapalhado a ida da comissão a Nova York, no ano passado, para tratar do caso Duda. Diz que uma audiência marcada para 9 de setembro não ocorreu por decisão exclusiva dos parlamentares.

Fim da vacância
O PP escolhe amanhã o novo líder da bancada, encerrando período de quatro meses em que José Janene (PR) ficou no posto sem aparecer na Câmara. Disputam o governista Mário Negromonte (BA) e o oposicionista Ricardo Barros (PR). Celso Russomano (SP) e José Linhares (CE) correm por fora.

TIROTEIO

Do senador Heráclito Fortes (PFL-PI), que havia sugerido comemorar os 40 dias de abstinência presidencial como "mais um recorde do governo Lula", ao saber que este bebeu champanhe sábado em Botsuana:
-Está vendo? Não se pode elogiar o homem.

CONTRAPONTO

Linguagem corporal

Em meio à disputa interna pela vaga do PSDB na sucessão de Lula, um tucano recorreu a episódio do governo de Franco Montoro (1983-1987) na tentativa de explicar por que os principais líderes do partido se desdobram em mesuras para não desagradar os pré-candidatos José Serra e Geraldo Alckmin.
Diz o narrador que Montoro, morto em 1999, gostava de receber prefeitos individualmente no Palácio dos Bandeirantes.
Apenas o assessor Siqueira Dias o acompanhava nessas audiências. Era ele quem entrava com o convidado no gabinete, apertava a mão do governador e fazia as apresentações. Certo dia, Montoro perguntou baixinho a seu auxiliar:
-Por que você sempre aperta a minha mão quando entra?
-Governador, se o prefeito não ver o senhor apertando a minha mão, vai pensar que eu sou um zero à esquerda!


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