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Jefferson reitera que Lula sabia de mensalão
Ex-deputado diz, em depoimento, que por duas vezes avisou o presidente sobre suposto pagamento de parlamentares
Dirigente do PTB se recusa a
aderir ao sistema de delação
premiada e mais uma vez
afirma que vai arrolar Lula
como testemunha de defesa
Rafael Andrade/Folha Imagem
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O ex-deputado Roberto Jefferson almoça em churrascaria do Rio após depor na Justiça Federal |
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) reafirmou, em depoimento prestado ontem à 7ª
Vara Criminal Federal do Rio,
que por duas vezes avisou Lula
do mensalão, que se reuniu diversas vezes para tratar de
acordos financeiros entre seu
partido e o PT e que tudo o que
era decidido tinha a "chancela"
do ministro José Dirceu.
Ele se recusou a proposta do
juiz Marcelo Granado de aderir
ao sistema de delação premiada: "Não quero negociar isso
em hipótese alguma. Não vou
fazer nenhuma troca". Após a
audiência, o petebista definiu a
delação premiada como um recurso "para vagabundo".
Segundo a defesa de Jefferson, foi a primeira vez que juiz
propôs a seu cliente contar tudo o que sabe sobre o mensalão
em troca do abrandamento de
sentença. "Nunca ninguém tinha ousado fazer essa proposta,
e jamais pensamos nisso. Não é
a nossa linha de defesa", disse o
advogado Antônio Barbosa.
A sugestão do juiz aconteceu
quando, pela terceira vez, Jefferson se recusou a responder
sobre qual teria sido a participação de dirigentes petistas em
episódios do mensalão. Jefferson invocou a condição de acusado para se negar a responder.
"Confirmo, ratifico, todas as
informações que dei no passado. O momento era outro, era
político. (...) Agora, [só] falo sobre fatos a mim atribuídos, não
a terceiros", disse o ex-deputado, que em entrevista à Folha
em 2005 disse que o governo
Lula pagava um mensalão a deputados em troca de apoio. Em
setembro de 2005, Jefferson
foi cassado pela Câmara. Hoje é
um dos 39 réus do processo
que tramita no STF.
Em uma hora de depoimento, Jefferson repetiu o que já
disse em entrevistas e depoimentos e reafirmou a intenção
de arrolar Lula na lista de testemunhas de defesa. O objetivo
seria mostrar que ele alertou o
presidente sobre o mensalão.
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