São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Armas, armas

Na cobertura francesa de "Le Monde", "Libération", só temas domésticos sobre Nicholas Sarkozy. O "Le Figaro" até apelou à americana Associated Press para abordar indústria militar. E a britânica Reuters destacou que o presidente francês disse a Lula estar "pronto" para transferir tecnologia. Nada fechado, ainda.
Mas o site de "estratégia" Eurasia Monitor, da fundação Jamestown de Dick Cheney e outros, deu ontem com estardalhaço que "Moscou perde negócio de submarino do Brasil para Paris". Na longa reportagem, sinais de que Moscou pode até perder, mas ainda tem chance, na verdade. De todo modo, encerra o site, "outra vez, o maior derrotado parecem ser os EUA".

BUFFETT E O BRASIL
O bilionário investidor Warren Buffett fez as manchetes de "Wall Street Journal", "Financial Times" e outros com a "oferta de socorro" a títulos americanos sob risco, levando as bolsas a subir. Um dia antes, o mesmo Buffett surgiu em sites do Canadá, onde "dividiu seus pensamentos sobre crise de crédito, Brasil e, claro, onde investir".
Ele "há anos" abandonou o dólar e os EUA por causa do déficit comercial e ganhou muito, apostando no exterior. Agora teria deixado apostas externas de lado, "salvo uma, o real brasileiro". Ele segue vendo "algum valor" por aqui.

AO RESGATE
O site do "WSJ" se perguntou, a certa altura, se "esta é uma alta Buffett ou uma alta GM". É que a General Motors divulgou resultados "mais fortes que o esperado". Perdeu nos EUA, segue mal na Europa, "mas registrou ganho na Ásia e lucros crescentes na América Latina". Foram os emergentes ao resgate -em especial, no caso, o Brasil.

SEM EFEITO
Mais do site do "WSJ". Repercutiu ontem entrevista do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em que ele relatou que "os investimentos não foram afetados pela tensão econômica internacional", enunciado da reportagem. A demanda das empresas por capital junto ao banco continua aquecida, sem um "efeito perceptível" da crise.

NOTÍCIAS E O PREÇO
Saiu no inglês "FT" anteontem e ecoou o dia inteiro a rejeição da oferta de compra da anglo-suíça Xstrata pela Vale. Mas diz a Dow Jones que analistas ainda vêem forte possibilidade. E coluna no "WSJ" afirmou que é negócio de "fazer a Terra tremer", mais do que Yahoo/Microsoft.
Fim do dia e o "FT" admitiu no blog Alphaville que o vaivém no caso envolveria "preço e estrutura financeira". Ou seja, quanto os controladores da Xstrata vão controlar da nova empresa e quanto o Estado brasileiro vai manter.

MENOS PROTEÇÃO
A inflação global da comida, noticia o "WSJ", "está fazendo em pedaços as tarifas agrícolas que os governos usam para controlar o comércio". Alguns, como a China, até elevam tarifas de exportação para segurar seus alimentos.

A SAÍDA ÓBVIA
"Não existe biocombustível sustentável" foi o título da coluna de George Monbiot, no "Guardian". Não deixou de fora nem o álcool do Brasil. A "saída óbvia" que os governos recusam, diz ele, é a redução no consumo de combustíveis.

mundorecordnews.com.br
DOIS MUNDOS
Enquanto "Jornal Nacional", Globo News e o G1 seguem por um caminho, em toda cobertura, como ontem, "Jornal da Record", Record News e o Mundo Record vão por outro. Com o acréscimo agora do Mundo Record News


TELE VS. TELE VS. TELE
"O Estado de S. Paulo", ecoando por Bloomberg e outras no exterior, noticiou que, junto com a eventual criação da gigante brasileira Oi/BrT, pode ser permitida formalmente a entrada da Telmex na Net e da Telefônica na TVA.

DE ELITE
O crítico do "Variety" Jay Weissberg, que questionou "Tropa de Elite", foi alvo de mensagens descontroladas de brasileiros. Entre comentários removidos, um escapou. Foi enviado do endereço I-eat-jews@hotmail.com.


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