|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMARA
Ex-corregedor será investigado por suposto uso ilegal de verba
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara investigará se
houve uso irregular da verba
indenizatória pelo ex-corregedor da Casa, Edmar Moreira (MG), que renunciou ao
posto, a pedido do PSOL.
Desde 2007, o deputado gastou 65% dos recursos com a
contratação de segurança
privada, ramo em que atua e
através do qual fez fortuna.
O mesmo fará o procurador do Ministério Público
Marinus Marsico, que atua
no TCU (Tribunal de Contas
da União). Ele pediu à Câmara cópias das notas fiscais
apresentadas pelo deputado
para justificar os gastos com
segurança -o corpo técnico
da Casa analisa o pedido.
Usando recursos públicos,
Moreira gastou R$ 246 mil
para contratar o mesmo serviço que explora há ao menos
30 anos como empresário.
Por mês, cada deputado pode
usar R$ 15 mil com a verba,
cujos comprovantes são
mantidos em sigilo.
O presidente da Câmara,
Michel Temer (PMDB-SP),
prometeu autorizar a investigação contra Moreira ainda
hoje. O novo corregedor, o
deputado Antônio Carlos
Magalhães Neto (DEM-BA),
será o responsável pelo processo. Se constatar irregularidades, o caso será enviado
ao Conselho de Ética.
Moreira deixou o cargo de
corregedor menos de uma
semana após assumir. Ele é
acusado de omitir de suas declarações de bens um castelo,
além de ser investigado pelo
Supremo Tribunal Federal
por suspeita de apropriação
ilegal de contribuições ao
INSS feitas por seus empregados. Estas duas suspeitas,
no entanto, não serão investigadas. A alegação é que as
denúncias são anteriores ao
mandato de Moreira.
A Executiva do DEM decidiu, por unanimidade, expulsar Moreira do partido. O
presidente democrata, deputado Rodrigo Maia (RJ), preferiu usar, por precaução, a
palavra "desfiliação". O partido teme perder a vaga de
Moreira na Câmara caso o
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entenda que ele sofreu
perseguição política.
Moreira já havia pedido ao
TSE sua desfiliação. Se o tribunal entender que o deputado foi perseguido, ele poderá trocar de partido sem
perder o mandato. Caso contrário, um suplente do DEM
assumirá em seu lugar.
Em carta enviada a deputados, Moreira alega que o
castelo foi legalmente transferido aos filhos e que renegociou as dívidas tributárias.
Não cita a suspeita sobre a
verba indenizatória e se diz
vítima de uma "crise partidária". Ele afirma ter renunciado para proteger sua família.
Texto Anterior: Rumo a 2010: Aécio pede estratégia própria para PSDB definir candidato Próximo Texto: Senado: Sarney diz que poderá divulgar notas fiscais Índice
|