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Historiadores veem prisão como "inédita"
DA REPORTAGEM LOCAL
A decretação da prisão
de um governador em
exercício de mandato pela
suspeita de corrupção e
obstrução de uma investigação criminal é inédita no
país, segundo historiadores ouvidos pela Folha.
O historiador da USP
Boris Fausto afirma que a
detenção do governador
do Distrito Federal, José
Roberto Arruda (sem partido), é "um fato excepcional e pode marcar uma virada" no cenário político e
jurídico do país.
De acordo com Fausto,
a prisão de Arruda também ajuda a resgatar a credibilidade do STF (Supremo Tribunal Federal), que
nos últimos meses passou
a ter sua imagem vinculada a uma "liberalidade excessiva".
O historiador, porém,
diz que é preciso analisar o
caso com cautela, pois ele
ainda está em uma fase
inicial e o combate à corrupção depende de muitas
mudanças de regras, procedimentos e comportamentos da classe política.
Marco Antônio Villa,
historiador da UFSCar
(Universidade Federal de
São Carlos), também diz
que a detenção do governador do DF marca uma
novidade na história do
país. "É saudável saber
que a Justiça tomou um
atitude contra um político
corrupto", afirma
Para Villa, a sociedade
precisa ficar atenta para
que o escândalo do DF não
acabe ficando marcado como mais um no qual a impunidade, ao final, prevaleceu. "É preciso acompanhar o caso de perto, pois
senão ele pode ser mais
um "sonho de carnaval"
que termina na quarta-feira de cinzas", afirma.
Para José Murilo Carvalho, historiador membro
da Academia Brasileira de
Ciências e da Academia
Brasileira de Letras, a inédita prisão de um governador durante o mandato
é um "fato auspicioso, mas
é lamentável que ele não
possa encontrar na cadeia
outros que mereciam estar lá, como é o caso dos
mensaleiros".
De acordo com Carvalho, na prática, no Brasil
"as pessoas são desiguais
perante a lei", e a prisão de
Arruda faz com que a sensação de impunidade diminua no país.
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