São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Como pode?

Durante reunião ontem no Planalto, em meio à satisfação geral diante do PIB de 2007, Lula se disse negativamente surpreso com o resultado da indústria (4,9%, inferior ao crescimento geral da economia, de 5,4%) e, mais ainda, com o do setor extrativista e mineral (3,1%). Como, perguntou o presidente, se a Vale e a Petrobras "estão bombando"? A seu pedido, a ministra Dilma Rousseff ligou na hora para José Sergio Gabrielli em busca de explicação. O presidente da Petrobras alegou atraso na entrega de duas plataformas.
Ao final, ficou combinado que a equipe de Paulo Bernardo (Planejamento) vai se debruçar sobre os números da indústria para dar mais respostas a Lula.

Se a moda pega... Todo bem disposto na comemoração dos quatro anos do Ministério do Desenvolvimento Social, Lula brincou com auxiliares: se as 37 pastas de seu governo resolverem festejar o aniversário, ninguém fará mais nada na Esplanada.

Troféu Fidel. Colegas cronometraram: Patrus Ananias fez um discurso de 59 minutos na festa de seu ministério.

Anônima. Sentada na quinta fileira do imenso auditório, a ex-ministra Benedita da Silva não foi citada nem por Lula nem por Patrus.

Claque. José Roberto Arruda (DEM) ajudou a lotar o festejo petista do Bolsa Família. Mais da metade dos cerca de 1,2 mil presentes trajava a camiseta de programa conjunto dos governos federal e do DF.

Você fala... Estrela da votação da MP da TV Pública, Romero Jucá (PMDB-RR) levou puxão de orelha de José Sarney (PMDB-AP) por ter dito que os discursos de solidariedade à viúva de ACM eram "perda de tempo": "Peço a retirada dos anais dessa sua referência. Todos estamos constrangidos e profundamente solidários com a família de Antônio Carlos".

...eu obedeço. O líder do governo concordou prontamente: "Nada como a experiência e os ensinamentos do presidente Sarney. Se fiz isso, peço desculpas, porque a intenção jamais foi a de atingir dona Arlette ou sua família".

Recurso. Parentes de ACM vão denunciar a juíza Fabiana Pellegrino, mulher do deputado e pré-candidato petista Nelson Pellegrino, por ter autorizado a invasão do apartamento da viúva do senador, dentro de uma disputa judicial por sua herança.

Paredão. De um senador governista, excitado com o vale-tudo em que se transformou a longa sessão na qual foi aprovada a MP da TV Pública: "Isso aqui ontem estava melhor que o "Big Brother'".

Deu a louca. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), discorda da avaliação de que perdeu o controle do plenário na referida sessão. Observa que, embora a oposição demo-tucana estivesse "enlouquecida", no final foi possível limpar a pauta.

Antiaéreo. Técnicos da FAB (Força Aérea Brasileira) estão acompanhando as primeiras sessões da CPI dos Cartões Corporativos com um calhamaço de documentos a tiracolo. Esses papéis contêm a defesa dos pilotos do Aerolula que tiveram as despesas de combustível e de manutenção das aeronaves pagas com cartão.

Na surdina. A Funcef, fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal, tentou embargar silenciosamente na Justiça o leilão de exploração de pedágios do trecho oeste do Rodoanel, do governo de SP. Apesar de não integrar nenhum consórcio, alegou erro no edital.

Visita à Folha. Cláudio Lembo (DEM), ex-governador de São Paulo, e Vilmar Rocha (DEM), ex-deputado federal por Goiás, visitaram ontem a Folha.

Tiroteio

"Faltam sete meses para a eleição, e o governo já começou a distribuir quentinha eleitoral. Até outubro vão criar a "Bolsa Marmita"."


Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR), sobre a distribuição de 5.000 "quentinhas" nas imediações de evento com o presidente Lula anteontem em Dianópolis (TO).

Contraponto

Projac

Na longa e tensa sessão em que foi aprovada a medida provisória da TV Pública, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), ganhou dos colegas o apelido de Juvenal Antena, numa alusão ao bigode e ao estilo mandão do personagem de Antônio Fagundes em "Duas Caras".
-Isto aqui é o Senado da República! Não é a favela da Portelinha!-, bradou Jucá no plenário.
Longe dos microfones, um senador reagiu à indignação do peemedebista com outra comparação:
-Hoje ele é o Juvenal; antes, era o "Rei do Gado".
Em 1996, ia ao ar essa outra novela com Fagundes. O presidente era FHC, de quem Jucá também foi líder.


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