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Governo dá ultimato aos grevistas
da PF para que aceitem propostas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) deu prazo até
amanhã, às 18h, para os grevistas
da Polícia Federal aceitem as propostas do governo. Caso não aceitem, as negociações serão suspensas e os manifestantes terão de
"sofrer as conseqüências, como
ter o corte de ponto [desconto dos
dias parados]", disse o ministro.
Em greve desde 9 de março,
agentes, papiloscopistas e escrivães afirmam que o governo não
respeita a lei 9.266, de 1996, que
estabeleceu a obrigatoriedade do
diploma universitário para a carreira. Eles afirmam que recebem
salários de nível médio. O salário
inicial subiria de R$ 4.200 para R$
7.800, igual ao de delegados. O governo ofereceu um aumento de
17% e a discussão de um projeto
de reestruturação da carreira.
O ministro fez um apelo: "Fazemos um apelo para que aqueles
que estão parados voltem a trabalhar. Há uma dissensão [divergência] democrática. O governo
acha que eles [os grevistas] não
têm razão. Estamos mandando
essa proposta. Se não for aceita, a
proposta vai ser retirada, com todas as conseqüências disso, inclusive o corte de ponto para quem
continuar parado", disse Bastos.
No ofício encaminhado ao comando de greve, o Ministério da
Justiça afirma que a reivindicação
é ilegal, pois, "ao contrário do divulgado, representa a alteração da
lei 9.266/96, e não o seu simples
cumprimento". Segundo o documento, o grau de escolaridade está fixado em um dos artigos da lei,
e uma tabela anexa regulamenta
os vencimentos dos cargos. O ministério diz que "será concedido
reajuste nas mesmas condições de
outras categorias do funcionalismo público" e serão criadas gratificações para a categoria.
Fernando Onorato, presidente
do Sindipol/DF (Sindicato dos
Policiais Federais) afirmou que
ainda não havia recebido o ofício.
"Vamos levar a proposta para a
assembléia da categoria. É ela
quem decide. Mas posso dizer de
antemão que ela [a proposta] está
distante daquilo que pedíamos."
Os técnicos da Receita Federal
aceitaram ontem a proposta do
governo de criação de gratificações no valor de até 30% dos salários. Serão três gratificações, cada
uma equivalente a 10% do salário,
condicionadas ao cumprimento
de metas de desempenho. Se alcançadas todas as metas, os salários iniciais sobem de R$ 2.537
para R$ 3.937. Os vencimentos finais aumentam de R$ 3.668 para
R$ 5.182. Já os auditores da Receita não aceitaram a proposta e paralisam hoje as atividades.
(LUIS RENATO STRAUSS e IURI DANTAS)
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