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Paul Singer diz que governo é esquizofrênico
JULIANO BARRETO
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O secretário nacional de
Economia Solidária do
Ministério do Trabalho e
Emprego e um dos fundadores do PT, Paul Singer,
criticou ontem a falta de
organização do governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico. Singer
participou de palestra no
8º Fórum Internacional
de Software Livre, em Porto Alegre.
Ao responder a perguntas do público, uma delas
sobre uma possível contradição do governo atual
ao incentivar o software livre e, ao mesmo tempo, a
criação de patentes nas
universidades, o professor
de economia da USP disse:
"Esse é um governo ambíguo e esquizofrênico. É de
direita e de esquerda".
Em seguida, completou
a frase em tom mais ameno: "O governo do Brasil é
praticamente tão grande
quanto o país. São dezenas
de milhares de governantes realizando projetos.
Não há como todo mundo
saber de tudo".
Aos 75 anos, Singer afirmou "não ter a habilidade
da informática", mas destacou os programas de código livre como ferramenta para a socialização do
conhecimento.
"Nem Einstein e Galileu
foram geniais sozinhos.
Antes deles, muita gente
pesquisou e preparou o
terreno para as suas descobertas." Os programas
livres, que podem ser usados, distribuídos e alterados sem pagamento ao autor original são uma das
ferramentas que o governo usa na política da Economia Solidária. O "software livre" é uma bandeira
do PT, discutida em documentos e diretrizes políticas do partido.
"O movimento neoliberal obstaculiza a difusão de
conhecimento, e o software livre é a melhor contra-revolução neste sentido",
completou o economista.
Em dezembro de 2004
foi aprovada a Lei de Inovação Tecnológica (Lei nº
10.793), cujo objetivo era
regulamentar medidas de
estímulo à pesquisa científica, permitindo ao país
adquirir autonomia tecnológica e desenvolvimento
industrial.
A nova lei funcionou como impulso e incentivo a
processos de licenciamento de patentes registradas
pelas universidades.
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