São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009

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De olho em 2010, PMDB livra Yeda de CPI

Bancada peemedebista, que já trabalha pela candidatura de Fogaça ao governo, enquadra dissidentes e desiste de assinar pedido

Requerimento de comissão foi elaborado pelo PT para investigar o suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora, em 2006


GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Composta de nove deputados, a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul decidiu que não assinará o requerimento para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB), em 2006.
O PMDB faz parte da bancada de apoio à governadora. As outras siglas governistas também fecharam contra a CPI (veja quadro nesta página).
O requerimento foi elaborado pelo PT. Ontem, havia apenas 10 das 19 assinaturas necessárias para instalar a comissão. Assinaram o documento nove petistas (um deles preside a Casa e por isso não assina) e um deputado do PC do B.
Os demais partidos de oposição não aderiram à proposta por temer que uma eventual CPI servisse como palanque do PT, que tem o ministro Tarso Genro (Justiça) como pré-candidato ao governo do Estado.
O pedido da CPI se baseia em denúncias da existência de um caixa dois tucano e também em supostas irregularidades em licitações de obras públicas que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
A estratégia dos governistas para barrar o pedido foi segurar o PMDB, maior legenda da base. Três deputados que haviam sinalizado ao PT a possibilidade de assinar o pedido foram enquadrados pela maioria.
Embora ocupe secretarias e comande estatais, o PMDB já trabalha pela candidatura própria do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, para a sucessão de Yeda em 2010.
Segundo a Folha apurou, se as denúncias inviabilizarem uma eventual tentativa de reeleição de Yeda, os tucanos poderão apoiar Fogaça.
A discordância interna sobre assinar ou não o pedido tem como pano de fundo a divisão entre os peemedebistas que advogam a saída imediata do governo tucano e os que pretendem adiá-la até o final do ano.
"Sair agora seria oportunismo porque o desgaste político da figura da governadora é muito grande e não dá para criar esta CPI apenas com denúncias requentadas", disse Luiz Fernando Záchia (PMDB).
O presidente nacional do PDT, deputado Vieira da Cunha, pediu à bancada do partido que não assine o pedido. A legenda é aliada de Fogaça.
O PT ainda espera obter o número mínimo de assinaturas nos próximos dias.


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