São Paulo, quarta, 13 de maio de 1998

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PAINEL

Acerto na Câmara 1

Presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB) costura acordo para matar a tese de que ficou mais rígida a regra de aposentadoria após a derrota de FHC na semana passada. A solução deve ser formalizada hoje pelos líderes da oposição e do governo.

Acerto na Câmara 2

Temer toma café da manhã com a oposição às 8h30 em sua casa. Às 10h, reúne todos os líderes na Câmara, que devem bancar emenda de redação à reforma da Previdência eliminando definitivamente a tese de que subiu a idade para aposentadoria.

Medo da urna

O acordo que mata a tese de que 65 anos seria a idade mínima para o homem se aposentar será uma vitória da oposição e uma derrota de FHC. O Planalto ficou falando só, pois os governistas temem assumir medida impopular em ano de eleição.

Contrapartida

A oposição deve, em troca, aceitar que seja votado o destaque que trata de regra de transição para aqueles que se aposentarão após a promulgação da reforma. O governo teria então a chance de aprovar medida que traria impacto fiscal imediato.

Chega de confusão

Reinhold Stephanes (PFL) passou o dia de ontem se justificando por ter se aposentado aos 46 anos. "Quando eu era ministro (da Previdência), o presidente me dava muito trabalho. Agora, sou deputado, e ele continua me dando", concluía.

Munição de campanha

Paulo Bernardo (PT) pediu a Bresser (Administração) a relação dos ocupantes de cargos de confiança do governo que pediram aposentadoria com menos de 50 anos. "Eu quero a lista dos vagabundos do governo."

A primeira vez

ACM (Senado) assumirá a Presidência por ocasião de viagem de FHC e do vice Marco Maciel porque Temer (Câmara), que o antecede na linha sucessória, não pode. Se o fizesse, não poderia disputar a reeleição.

Uma bola de neve...

Cresce a tensão no Planalto com os saques na região da seca. As polícias estaduais se omitem, o Exército se recusa a reprimir e a Polícia Federal não tem estrutura para coibir os atos.

...e de longa duração

Relatórios do governo mostram que só choverá para valer na região da seca a partir de fevereiro do ano que vem. E que está aumentando o número de desempregados de médias cidade que estão fazendo saques.

Escorregadela de ocasião

No TSE, há dúvida sobre a legalidade da campanha oficial sobre o cólera. Em vez de fazer propaganda do ministério, faz de Serra. Um trecho diz: "O ministro da Saúde destinou R$ 6 mi" ao combate da doença.

Escândalo no armário

Faz aniversário hoje o episódio de compra de votos para aprovar a emenda da reeleição. Três processos de cassação de deputados estão aguardando na fila para ir a voto no plenário.

Fardo dividido
O Ministério da Defesa deve ser criado por meio de lei votada no Congresso. O anteprojeto está pronto no Planalto e deve ser enviado logo ao Legislativo. É a maneira encontrada por FHC para legitimar uma decisão que divide as Forças Armadas.

Órgão em expansão

O governador Vitor Buaiz (ES) assina hoje com a Sudene medida que inclui 27 municípios do norte do Estado, área de seca, na lista de cidades atendidas pela superintendência. Eles já se beneficiarão das medidas de emergência anunciadas pelo governo.

Visita à Folha

O governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do secretário de Comunicação, Eduardo Guedes, do assessor de imprensa, Francisco Brant, do diretor do escritório de Minas em São Paulo, Ronaldo Azevedo Carvalho, e do ajudante-de-ordens, Major Geraldo Henrique G. da Silva.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO

Do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), sobre FHC dizer que quem se aposenta com 50 anos é vagabundo:
- Pela definição do presidente, o ex-ministro da Previdência Reinhold Stephanes é vagabundo. E quem nomeia um vagabundo para o ministério é o quê?

CONTRAPONTO

Carimbado eternamente Horácio Lafer Piva, candidato a presidente da Fiesp, jantou anteontem com deputados para tentar melhorar a relação entre a entidade e os congressistas -que tem sido marcada por algumas arestas.
O jantar, que ocorreu no apartamento de Emmanuel Sobral, empresário e ex-presidente da Eletropaulo, reuniu os tucanos Zulaiê Cobra e Franco Montoro, os petistas Marta Suplicy e Eduardo Suplicy e os pepebistas Arnaldo Faria de Sá e Delfim Netto, entre outros.
Terminado o jantar, um grupo pegou o elevador para ir embora. Alguém apertou um botão errado. O elevador, cheio, voltou ao andar do apartamento de Sobral, surpreendendo as pessoas que esperavam para descer.
Delfim, no elevador, disparou:
- Tem um Kandir aqui - disse, referindo-se a Antonio Kandir, que errou ao apertar o botão em uma votação na Câmara na semana passada. Em tempo: Kandir não foi ao jantar.




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