São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2001

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ESQUELETO DO BC

Banqueiro diz que sabia que podia recorrer ao Banco Central

Depoentes reforçam defesa de banco

DA SUCURSAL DO RIO

Os dois depoimentos prestados ontem à Justiça Federal no processo do socorro do BC (Banco Central) aos bancos Marka e FonteCindam, na desvalorização do real, reforçaram argumentos da defesa do FonteCindam.
Prestaram depoimentos o banqueiro André Esteves, do Pactual, e José Luís Silveira Miranda, presidente do Boavista em janeiro de 1999, quando da mudança cambial. Foram interrogados pela juíza Ana Paula de Carvalho, da 6ª Vara Federal do Rio.
Silveira Miranda, que no primeiro depoimento havia dito que não sabia que poderia recorrer ao BC para comprar dólares no mercado futuro, como fez o FonteCindam, disse ontem que só não o fez para não passar ao mercado uma imagem de fragilidade.
André Esteves disse que é normal uma instituição financeira entrar em contato com o BC por telefone para relatar problemas de falta de liquidez no mercado.
"Isso desmoraliza um veneno da acusação", disse o advogado Técio Lins e Silva, sobre o telefonema dado por seu cliente, Luiz Antonio Gonçalves, presidente do FonteCindam, a Francisco Lopes, à época presidente do BC, para acertar a compra de dólares.
Para o Ministério Público Federal, os dois depoimentos foram importantes para a acusação. O socorro do BC ao Marka e ao FonteCindam deu um prejuízo de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos.
Para a procuradora Raquel Branquinho, os depoimentos reforçaram a acusação de gestão temerária contra o FonteCindam.


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