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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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JANIO DE FREITAS

Atrás das verdades

A possibilidade de que o Congresso afinal investigue as verdades encobertas do Sistema de Vigilância da Amazônia -o Sivam que custou mais de R$ 4,2 bilhões- está aberta por um requerimento de CPI, já em fase de coleta de assinaturas, de autoria do deputado José Aristodemo Pinotti.
O objetivo prioritário da investigação proposta é a inexistência de sigilo das informações coletadas pelo Sivam, as quais estão ao alcance da empresa norte-americana Raytheon para o uso, comercial ou militar, a seu critério. O que, como foi observado aqui, tem óbvias implicações na proteção da riqueza da Amazônia e na própria soberania nacional.
Já está bem conhecido o empenho do governo em impedir a investigação parlamentar de lavagem de dinheiro, corrupção e fraudes, todas denunciadas pelo antigo PT. Por esta lógica da antiética, também a CPI do Sivam seria vetada, reproduzindo-se, mais uma vez, atitude do governo Fernando Henrique, quando se tratava de investigar a concorrência fraudulenta que deu a "vitória" à Raytheon para vender os equipamentos e montar o sistema na Amazônia.
Há, porém, uma distinção. Não vem do antigo PT nem mesmo de um petista a revelação a ser investigada. Seu autor é ministro do atual governo. Foi o general Jorge Armando Felix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, quem revelou a insegurança nacional criada pelo Sivam.
Não ficaria bem o governo vetar o desdobramento da revelação de um ministro e, além disso, general. Ah, perdão, isso seria em conformidade com a lógica da ética.

Os ex
O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino, não pôde esconder o abalo com a vaia e os insultos recebidos na manifestação do funcionalismo em Brasília: "Foi a primeira vez em 18 anos" [de atividade pública].
Nelson Pellegrino e os seus correligionários do novo PT não devem se preocupar com as vaias dos ex-companheiros. Logo vão se habituar.

Campanha
Não se iluda, a mudança no cálculo de aumento das contas telefônicas só vigorará, se chegar a isso, em 2006.
Há cerca de 5 milhões de linhas disponíveis para telefones fixos. Mas as telefônicas preferem cobrar os preços atuais, dos mais altos do mundo, a torná-los mais aceitáveis e ganhar o mesmo ou mais na quantidade de assinantes.
E o Ministério das Comunicações só pensa em 2006, ano de eleição.


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