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Zeca do PT liberou caça-níqueis de Servo em MS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
O governo de Zeca do PT
(1999 a 2006) permitiu a entrada em Mato Grosso do Sul de
caça-níqueis ilegais do empresário Nilton Cezar Servo, a partir de 2004. Essa "denúncia" de
Jamil Name, então operador
exclusivo no negócio, é embrião da Operação Xeque-Mate, desencadeada pela Polícia
Federal na semana passada.
Name, que havia sido dono
de um contrato com o governo
de Mato Grosso do Sul para explorar com exclusividade vídeo-loterias, reclamou em
março de 2006 ao Ministério
Público Federal que o governo
permitiu a entrada de máquinas de "empresários de outros
Estados com o beneplácito de
autoridades constituídas".
A reclamação chegou à Polícia Federal. No dia 31 de março
de 2006, o delegado José Otacílio Della-Pace Alves instaurou
inquérito para apurar contrabando de componentes eletrônicos de caça-níqueis, "cuja autoria seria atribuída a Servo",
identificado como distribuidor
das máquinas.
Quatro meses depois, a PF
apreendeu 140 caça-níqueis na
operação Artemis. Em outra
ação, em abril passado, retirou
mais 465 de circulação. O trabalho culminou em 85 mandados de prisão, na Operação Xeque-Mate.
Propina
A Jana Promoções, empresa
de Name, tinha contrato com a
Lotesul (loteria de Mato Grosso do Sul) assinado em novembro de 1998 para operar por oito anos o negócio de caça-níqueis. Zeca do PT baixou um
decreto em 2003 regulamentando o jogo.
O Estado cobrava R$ 57 referente a cada uma das 1.250 máquinas de Name. Com uma medida provisória de 2004 de Lula, proibindo jogos, Zeca revogou o decreto. Em agosto de
2004, a Assembléia de Legislativa aprovou lei permitindo a
atividade. Zeca não sancionou a
lei, que acabou promulgada pela Assembléia.
Mesmo assim, o ex-governador, segundo o site do governo,
não regulamentou a lei.
Sem autorização judicial para continuar operando e sem
aval do Estado, Name alega que
parou com a atividade no fim
de 2004, mas assistiu à entrada
de Servo no mercado.
Oficiais da PM também começaram a operar. Ex-comandante-geral da PM até 2006, o
deputado estadual coronel
Ivan de Almeida (PSB) aparece
em escuta telefônica, de abril
passado, dizendo ser dono de 12
máquinas e reclamando pagamento de R$ 100 mil.
Em outro diálogo, o coronel
Ivan diz que os chefes dos cinco
grupo controladores de caça-níqueis se reuniram e decidiam
pagar R$ 10 mil por mês ao delegado da Polícia Civil Fernando Soares Martins, responsável
direto pelas apreensões.
(RV E HC)
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