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PV tem pouca consistência, diz intelectual
DA REDAÇÃO
Fundado em 1986 no
Rio, o PV brasileiro nunca
apresentou uma forte consistência ideológica. Nas
eleições de 2006, os verdes
fecharam alianças que iam
do PT ao PFL, passando
por PSDB, PP e PMDB.
Segundo o cientista político Nivaldo Correia da
Silva, 39, autor da tese "A
Formação do Partido Verde no Brasil", essa flexibilidade política não ocorre
só no Brasil, mas "existe
também em nível internacional, porque o discurso
deles é de que não são nem
de esquerda nem de direita: eles estão à frente".
Além disso, explica Silva, o PV não conseguiu se
firmar como partido ideológico precisamente "por
ter se apoiado bastante em
movimentos ecológicos,
que são efêmeros: quando
eles conseguem conquistar o objetivo por que lutam, desaparecem".
Por exemplo, luta-se para despoluir um rio: quando o rio é despoluído, o
movimento se esvazia:
"Acabou aquela bandeira,
o movimento deixa de
existir". Isso afeta o PV
que, "para se manter no
cenário partidário, procura se sustentar por meio de
alianças, justamente por
não ter condições de disputar as eleições sozinho".
O primeiro PV surgiu na
Austrália, em 1972 -hoje
os verdes estão presentes
em mais de 120 países. No
Brasil, o PV é mais forte no
Sudeste (10 dos 13 deputados federais), seguido do
Nordeste (28 dos 57 prefeitos) e Norte. Já nas regiões onde a agropecuária
tem mais influência política (Sul e Centro-Oeste), o
PV praticamente inexiste.
Mas isso decorre também das vertentes regionais dos ecologistas: "Na
Amazônia há a questão da
destruição da floresta e da
defesa das reservas extrativistas, que envolve sindicalistas. No Sul há uma feição que rejeita a partidarização da causa ecológica,
mas luta contra os agrotóxicos na lavoura. Já no Sudeste há a questão urbana:
os carros, a poluição do ar
e dos rios".
(MAURICIO PULS)
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