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Comitê de Aécio contesta as críticas de tucanos
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A crítica da coordenação da
campanha presidencial de José
Serra (PSDB) acerca da abertura
do palanque de Aécio Neves para
o presidenciável do PPS, Ciro Gomes, são consideradas despropositadas no comitê do candidato
tucano ao governo de Minas.
Isso pelo fato de que, conforme
apurou a Agência Folha junto ao
comitê, Serra sempre soube dos
passos que o presidente da Câmara dos Deputados vinha dando
em seu Estado.
As exigências de Aécio para
concorrer ao governo, entre elas a
de que teria liberdade para compor politicamente em nome da
"unidade mineira" e suas implicações foram discutidas com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso e com o próprio candidato do PSDB à Presidência.
O próprio Serra cobrou de Aécio a sua permanência na disputa,
após o mineiro ter ameaçado deixá-la, passando a bola para
Eduardo Azeredo, o que significaria maiores riscos para Serra pelo
fato de o ex-governador ser um
ferrenho opositor do governador
Itamar Franco (sem partido).
Eduardo Azeredo, agora candidato ao Senado, foi um dos que mais
discutiu isso com Serra.
Benefício para Serra
Rebatidas à parte, Aécio acredita que Serra é o que mais se beneficia com as suas articulações, enquanto Ciro estaria amarrado pela aliança que o tucano mineiro
planejou e executou.
Essa articulação, que já conta
com 16 partidos, teve início com a
adesão incondicional e dedicada
de Itamar. Na ótica de Aécio, se
não fosse ele o candidato, Itamar
estaria batendo forte no PSDB,
achincalhando Azeredo e Serra. E
dificilmente o governador teria se
reconciliado com o presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Agora, Itamar é tido como neutro, mesmo tendo dito que apóia
o candidato petista Luiz Inácio
Lula da Silva.
Na outra ponta está a aliança
com os partidos que sustentam
Ciro: o PFL, este formalmente, e
os da Frente Trabalhista (PTB,
PDT e PPS), informalmente.
Ao fechar esses apoios, o PFL
cedeu seu tempo de televisão ao
PSDB e a Frente Trabalhista perdeu o tempo que teria ao não lançar candidato. Portanto, o palanque eletrônico da aliança "Minas
Unida" só poderia pedir votos para um candidato a presidente, que
será José Serra.
Apesar disso, Ciro é o que mais
tem se destacado na aliança, o que
está deixando Serra e sua equipe
irritados. Um dos motivos é que,
entre os partidos de maior expressão na aliança, que formam o conselho político, os aliados de Ciro
atualmente são maioria (PFL,
PTB, PDT e PPS); só o PSDB e o
PPB apóiam Serra; o PV é neutro.
Isso tem força na campanha de
rua, como ocorreu anteontem em
Araxá (MG). Só Azeredo pedia
votos para Serra, enquanto os demais pediam votos para Ciro, exceto o pefelista Clésio Andrade,
vice de Aécio Neves, que não pediu para nenhum presidenciável.
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