São Paulo, sábado, 13 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Também fazem parte da chapa que apóia a candidatura do ex-presidente PTB, PPB e PFL

PPS de Ciro fecha aliança com Collor em AL

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da pressão contrária da Executiva Nacional do partido, o PPS do presidenciável Ciro Gomes está integrado à chapa do ex-presidente Fernando Collor de Mello, candidato ao governo de Alagoas, conforme pedido de registro da coligação entregue no último dia 5 ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado.
Os partidos da chapa majoritária são o PRTB, de Collor, o PPS, o PTB (partido da Frente Trabalhista de Ciro), que indicou o vice, Antônio Carlos Rezende, o PPB e o PFL. Os entendimentos entre Collor e o PPS em Alagoas haviam sido suspensos há mais de um mês devido à pressão da coordenação da Frente, que não queria dar munição a uma das críticas que mais irritam Ciro, a de que ele seria um "novo Collor".
"Fechamos pela loucura que é a verticalização", diz o deputado federal Regis Cavalcante, a maior liderança do PPS em Alagoas. O partido estava autorizado pela Frente a se unir nas eleições proporcionais (para deputado) com as legendas que apóiam Collor.
Segundo Regis, caso os dois partidos não fechassem também o acordo para a majoritária, as candidaturas do PPS corriam o risco de serem rejeitadas pelo TRE.
Regis ressalta que foi inserida na ata da convenção do PPS a frase de que o partido "não indicará candidato a governador e a senador", ou seja, que não apoiará, na prática, o ex-presidente.
"Nunca tive tradição de apoiar o Collor", diz. Segundo ele, o partido iria se aliar ao PT, mas, com a verticalização, teve que seguir o PTB, que fechou com Collor, como forma de conseguir quociente eleitoral para eleger bancada.
O PDT, também da Frente, tem candidato próprio ao governo de Alagoas, mas, segundo Regis, a candidatura está "isolada".
O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), disse à Agência Folha que não sabia da aliança majoritária entre o PPS alagoano e Collor, mas afirmou que respeita as decisões dos diretórios. "Acho muito estranho que seja feito isso [a aliança". É desnecessária, não tem nenhum sentido apoiar Collor", disse.
O coordenador da campanha do ex-presidente, Elionaldo Magalhães, negou que PRTB e PPS vão se juntar. Contrariando o TRE e o próprio PPS, ele afirmou que a coligação é apenas para a eleição proporcional e para as candidaturas ao Senado.
"Não estamos coligados de jeito nenhum. Não há coligação para palanque, TV, rádio, para pedir voto, para nada", afirmou.

PFL
A cobrança feita ao PFL do Espírito Santo pelo presidenciável, José Serra, para que o partido não dê legenda nas próximas eleições ao presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz, irritou os pefelistas do Estado, que decidiram formalizar o apoio a Ciro na próxima semana.
Serra foi criticado em nota oficial divulgada ontem pelo presidente da Comissão Regional Provisória do PFL capixaba, deputado federal José Carlos Fonseca Júnior. A nota que o Estado democrático de direito ""não admite condenação sem prova, julgamento sem defesa, desrespeito às leis". Em sua passagem pela capital capixaba, considerada ""desastrosa" pelo presidente do diretório pefelista local, Serra disse que no Estado há "traficantes que têm mandato de deputado".
A cúpula nacional do PFL está cada dia mais envolvida na campanha de Ciro. Um dos mais animados é o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (BA). "A cada dia está vindo um [pefelista" para o Ciro. No fim, virá todo mundo. Com o Serra, ficará apenas o Marco Maciel [vice-presidente da República". E o César Maia [prefeito do Rio" vai perder feio na eleição do Rio, para aprender a não fazer bobagem", disse ACM.
Ele conversou ontem por telefone com Ciro. Combinaram um encontro na próxima semana, provavelmente em São Paulo, com outros dirigentes pefelistas.


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