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CASO MARKA
José Carlos Fragoso diz que dará o endereço de banqueiro à Justiça
Cacciola está morando no exterior, afirma advogado
ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado José Carlos Fragoso, que defende Salvatore Cacciola, dono do banco Marka, afirmou
que o banqueiro está morando no
exterior. Fragoso disse que informará à Justiça o novo endereço de
seu cliente amanhã.
O advogado pretende provar
que seu cliente não pode ser considerado um foragido da Justiça,
porque teria se mudado do país
num momento em que não havia
ordem de prisão contra ele.
"O novo endereço foi estabelecido antes de a prisão ser decretada." Apesar da afirmação, até sexta-feira Fragoso disse que ainda
não tinha recebido informações
sobre o novo endereço de Cacciola, o que lhe seria passado pela família do banqueiro.
O advogado não descarta a hipótese de Cacciola estar na Itália,
já que também é cidadão italiano.
Ao ser perguntado se seu cliente
poderia estar morando lá, respondeu: "É possível".
Cacciola ficou detido por 37
dias numa prisão especial no Rio.
Beneficiado por uma liminar concedida pelo então presidente interino do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, no
dia 14 de julho, o banqueiro foi
solto. Quando o presidente do
STF, Carlos Velloso, reassumiu o
cargo, cinco dias depois, restabeleceu a prisão preventiva. No dia
20 de julho, a Polícia Federal já
não encontrou o banqueiro em
seu endereço e, desde então, ele é
considerado foragido da Justiça.
Fragoso afirmou que entregará
à Justiça provas documentais de
que Cacciola deixou o país enquanto estava livre. A liminar que
o soltou não estabeleceu restrições a viagens ao exterior.
O procurador da República Artur Gueiros disse que, uma vez informado do paradeiro de Cacciola, o governo deverá pedir a extradição do banqueiro imediatamente. Como a Itália não extradita seus cidadãos, Gueiros disse
que a alternativa, na impossibilidade de a Justiça brasileira trazer
Cacciola de volta ao país, é a reprodução de um processo criminal contra ele na Itália.
Fragoso disse que irá recorrer
ao STJ da decisão da 3ª Turma do
TRF (Tribunal Regional Federal)
do Rio, que na terça-feira decidiu
por unanimidade manter a prisão
preventiva do banqueiro.
"Cacciola virou o demônio da
nação, enquanto os responsáveis
pela operação, sobre a qual ele
não decidiu, podem responder
em liberdade, sem ter o telefone
grampeado, como deve ser, afinal.
Isso tudo só atrapalha a defesa",
afirmou o advogado.
O processo que apura a responsabilidade de Cacciola nos supostos crimes cometidos na venda de
dólar do Banco Central à sua instituição, em janeiro do ano passado, poderá sofrer atrasos.
Enquanto Cacciola não for intimado a comparecer à audiência
que ouvirá as testemunhas de defesa, marcada para o próximo dia
17, o processo não pode correr,
explica o advogado. "Seria ilegal."
O advogado não soube dizer se
o banqueiro pretende se entregar.
"Essa é uma decisão íntima dele."
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