São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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Movimento negro pede boicote a Ciro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Cerca de 15 entidades do movimento negro participam hoje à tarde, em Salvador, de uma manifestação contra o presidenciável Ciro Gomes, uma semana depois de o candidato da Frente Trabalhista se recusar a ceder o microfone para o estudante Rafael Santos, em debate na UnB (Universidade de Brasília).
Durante a manifestação -uma passeada do Campo Grande à praça da Sé (centro)-, as entidades também vão distribuir à população um manifesto pedindo boicote à candidatura do ex-governador cearense.
"Ciro Gomes demonstrou que não merece o voto dos negros, ao responder de forma irônica e grosseira a um estudante", disse Ivonei Pires, 36, coordenador estadual do MNU (Movimento Negro Unificado).
Na terça-feira passada, quando se discutia o sistema de cotas para negros nas universidades públicas no "Fórum Brasil em Questão - a Universidade e as Eleições Presidenciais", na UnB, o candidato do PPS impediu o estudante Santos de externar a sua opinião e disse que dar voz a ele, quando as regras não previam isso, apenas reforçaria o racismo.
Além da manifestação, que terá as presenças dos dois principais blocos afros da Bahia (Olodum e Ilê Ayiê), o MNU também disse que vai ingressar na Justiça com uma ação contra Ciro Gomes. "Nossos advogados entendem que houve crime de racismo", disse Pires. Ciro Gomes não foi localizado para comentar esse caso específico ontem.
Ontem à tarde, o MNU da Bahia iniciou a postagem de cartas para todas as entidades que lutam pela igualdade racial no Brasil, solicitando que os seus integrantes façam campanha contra Ciro.


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