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Movimento
negro pede
boicote a Ciro
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Cerca de 15 entidades do movimento negro participam hoje à
tarde, em Salvador, de uma manifestação contra o presidenciável
Ciro Gomes, uma semana depois
de o candidato da Frente Trabalhista se recusar a ceder o microfone para o estudante Rafael Santos, em debate na UnB (Universidade de Brasília).
Durante a manifestação -uma
passeada do Campo Grande à
praça da Sé (centro)-, as entidades também vão distribuir à população um manifesto pedindo
boicote à candidatura do ex-governador cearense.
"Ciro Gomes demonstrou que
não merece o voto dos negros, ao
responder de forma irônica e
grosseira a um estudante", disse
Ivonei Pires, 36, coordenador estadual do MNU (Movimento Negro Unificado).
Na terça-feira passada, quando
se discutia o sistema de cotas para
negros nas universidades públicas no "Fórum Brasil em Questão
- a Universidade e as Eleições Presidenciais", na UnB, o candidato
do PPS impediu o estudante Santos de externar a sua opinião e disse que dar voz a ele, quando as regras não previam isso, apenas reforçaria o racismo.
Além da manifestação, que terá
as presenças dos dois principais
blocos afros da Bahia (Olodum e
Ilê Ayiê), o MNU também disse
que vai ingressar na Justiça com
uma ação contra Ciro Gomes.
"Nossos advogados entendem
que houve crime de racismo", disse Pires. Ciro Gomes não foi localizado para comentar esse caso específico ontem.
Ontem à tarde, o MNU da Bahia
iniciou a postagem de cartas para
todas as entidades que lutam pela
igualdade racial no Brasil, solicitando que os seus integrantes façam campanha contra Ciro.
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