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CUT fará ato pela reforma agrária
no Sul; juiz susta marcha do MST
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A CUT marcou para o próximo
sábado, às 10h, um ato público no
município de São Gabriel (329 km
de Porto Alegre) em "defesa da
reforma agrária e da paz com justiça social". Oficialmente, a manifestação não tem relação com a
marcha de integrantes do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) até o município, em apoio à desapropriação
de 13,2 mil hectares no local.
O objetivo da CUT é realizar um
ato pacífico, com a participação
de 3.000 manifestantes urbanos e
rurais. "A reforma agrária tem reflexos na geração de empregos na
cidade", afirmou o presidente regional da CUT, Quintino Severo.
"Ficamos muito satisfeitos pela
atuação da CUT", disse o coordenador regional do MST Miguel
Stedile. Os ruralistas dizem não
ter objeções: "Não temos o que dizer em relação às manifestações
da CUT", afirmou o presidente do
Sindicato Rural de São Gabriel,
José Francisco Costa.
Ontem, a Justiça Federal "congelou" a marcha dos 800 integrantes do MST até São Gabriel e
a "contramarcha" dos ruralistas.
O advogado dos sem-terra, Jurandir da Silva, deverá recorrer hoje
da decisão. Enquanto isso, os manifestantes se mantiveram acampados no km 390 da BR-290, a 19
quilômetros da concentração de
ruralistas, no km 409 da BR.
O MST considerou arbitrária a
decisão da Justiça. A Agência Folha apurou, porém, que ela já era
esperada e que não chega a ser
considerada prejudicial: o raciocínio é que não há capitulação, mas
o cumprimento de uma decisão
judicial. Enquanto isso, não há
possibilidade de confrontos -o
que o MST não deseja, pois a desapropriação da área pretendida
pode ocorrer por via pacífica na
próxima semana, quando o STF
(Supremo Tribunal Federal) deverá julgar o mérito da desapropriação.
(LÉO GERCHMANN)
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