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Para Alckmin, Lula ainda deve explicação
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva continua devendo explicações ao país, mesmo após o pronunciamento feito à nação por
meio de rádio e TV. Porém, para o
tucano, não é hora de se discutir
um eventual impeachment.
"O presidente falou, mas não
explicou. Continua devendo explicações à sociedade", declarou
Alckmin em Bauru (343 km de
São Paulo). O governador disse
que "não é o momento para ficar
discutindo a questão do impeachment". Para ele, o que é necessário
"é continuar a investigação".
Por volta das 10h, ao desembarcar no aeroporto de Bauru, Alckmin dizia esperar "uma prestação
de contas do presidente à nação".
Ao chegar ao local, o tucano foi
saudado com gritos de "Brasil, urgente, Alckmin presidente", por
parte do público.
Alckmin também disse que,
além de o depoimento de Duda
Mendonça à CPI dos Correios ter
sido "grave", ele "trouxe fatos novos" à crise política.
Datafolha
Alckmin classificou os dados do
Datafolha divulgados anteontem
como "uma forma muito verossímil" de demonstração da queda
da confiança do povo. Segundo a
pesquisa, Lula atingiu sua pior
avaliação desde o início do governo: 31% o consideram ótimo ou
bom (eram 45% em dezembro).
Questionado sobre o que significava para o PSDB a pesquisa
apontar pela primeira vez uma vitória de José Serra (PSDB) contra
Lula em um segundo turno, Alckmin disse que "não é o momento
de se discutir candidaturas".
Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, Serra venceria Lula
no segundo turno com 48% contra 39% dos votos. A margem de
erro é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
Aécio Neves
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), disse que
Lula perdeu ontem uma "grande
oportunidade de avançar mais na
identificação dos responsáveis"
pela crise e de falar "também da
sua própria responsabilidade".
"Acho que a crise se agrava e o
presidente da República poderia
ter tido uma palavra um pouco
mais firme, admitindo que o seu
entorno estava apodrecido."
Aécio disse que é o momento de
aprofundar as investigações, mas
com "cautela e serenidade para
que o Brasil não entre em uma
grande crise". E disse que impeachment é "questão extrema".
Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Belo Horizonte
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