São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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Para Alckmin, Lula ainda deve explicação

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua devendo explicações ao país, mesmo após o pronunciamento feito à nação por meio de rádio e TV. Porém, para o tucano, não é hora de se discutir um eventual impeachment.
"O presidente falou, mas não explicou. Continua devendo explicações à sociedade", declarou Alckmin em Bauru (343 km de São Paulo). O governador disse que "não é o momento para ficar discutindo a questão do impeachment". Para ele, o que é necessário "é continuar a investigação".
Por volta das 10h, ao desembarcar no aeroporto de Bauru, Alckmin dizia esperar "uma prestação de contas do presidente à nação". Ao chegar ao local, o tucano foi saudado com gritos de "Brasil, urgente, Alckmin presidente", por parte do público.
Alckmin também disse que, além de o depoimento de Duda Mendonça à CPI dos Correios ter sido "grave", ele "trouxe fatos novos" à crise política.

Datafolha
Alckmin classificou os dados do Datafolha divulgados anteontem como "uma forma muito verossímil" de demonstração da queda da confiança do povo. Segundo a pesquisa, Lula atingiu sua pior avaliação desde o início do governo: 31% o consideram ótimo ou bom (eram 45% em dezembro).
Questionado sobre o que significava para o PSDB a pesquisa apontar pela primeira vez uma vitória de José Serra (PSDB) contra Lula em um segundo turno, Alckmin disse que "não é o momento de se discutir candidaturas".
Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, Serra venceria Lula no segundo turno com 48% contra 39% dos votos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Aécio Neves
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse que Lula perdeu ontem uma "grande oportunidade de avançar mais na identificação dos responsáveis" pela crise e de falar "também da sua própria responsabilidade".
"Acho que a crise se agrava e o presidente da República poderia ter tido uma palavra um pouco mais firme, admitindo que o seu entorno estava apodrecido."
Aécio disse que é o momento de aprofundar as investigações, mas com "cautela e serenidade para que o Brasil não entre em uma grande crise". E disse que impeachment é "questão extrema".


Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Belo Horizonte

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