São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BAHIA
Propaganda na TV do candidato do partido, Nelson Pellegrino, insinua comparação entre ACM e Adolf Hitler, Benito Mussolini, Augusto Pinochet e Paulo César Farias
PT usa imagem de Hitler na campanha

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Em meio à tranquilidade que marca a sucessão municipal em Salvador, o PT colocou no ar um anúncio insinuando uma comparação entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) e os ditadores Adolf Hitler (Alemanha), Benito Mussolini (Itália) e Augusto Pinochet (Chile). Com a propaganda, o PT espera reverter a ampla vantagem de Antonio Imbassahy (PFL) sobre o candidato do partido, Nelson Pellegrino.
Pesquisa Datafolha feita no dia 5 aponta o prefeito pefelista com 54% da preferência. Já o deputado federal petista vem isolado no segundo lugar, com 23%.
O anúncio do PT não cita em nenhum momento o nome de ACM. Publicitários responsáveis pela campanha informaram que a estratégia foi usada para evitar a concessão de direito de resposta ao senador, principal cabo eleitoral de Imbassahy.
O anúncio começa com um locutor lendo, com voz grave, os adjetivos "truculento, chantagista, vingativo e ganancioso". Em seguida, o locutor pergunta: "Quem é esse homem que faz qualquer coisa pelo poder?"
O mesmo locutor dá algumas alternativas para a resposta. "Não é Hitler, mas usa da mesma propaganda nazista para encobrir a verdade", diz o anúncio. "Não é Mussolini, mas usa dos mesmos métodos fascistas para reprimir quem não está ao seu lado." Neste momento, a propaganda do PT apresenta imagens do ""Duce" e do confronto entre policiais militares e manifestantes, no dia 22 de abril, em Porto Seguro (BA).
O anúncio petista também faz referência à ligação entre ACM e o ex-presidente Fernando Collor de Mello. "Não é PC (o tesoureiro Paulo César Farias, morto em 96), mas fez questão de apoiar Collor até o fim." ACM foi contra o impeachment de Collor em 92.
No final, o comercial eleitoral cita dois políticos da América do Sul. "Não é Fujimori (presidente do Peru), mas frauda as eleições para manter seu grupo no poder."
Segundo as oposições baianas, o grupo político comandado pelo senador teria fraudado as últimas eleições para o Senado na Bahia.
O comercial cita então Pinochet, que comandou o Chile com mão-de-ferro entre 73 e 90. "Não é Pinochet, mas esteve com a ditadura, apoiou a tortura e está com os dias contados."
O texto termina pedindo votos para Pellegrino. "O povo baiano não aceita mais senhores de escravos. A Bahia que ama sua história, de cabeça erguida, vai votar com independência."


Texto Anterior: São Paulo: Marta ganha cinco pontos e vai a 34%
Próximo Texto: Candidato do PFL se diz indignado com propaganda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.