São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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PAINEL

Munição para rivais
O procurador da República Luiz Francisco prepara ação judicial contra o ex-sócio de José Serra (PSDB) Gregorio Preciado e o ex-caixa de campanha do tucano, Ricardo Sérgio de Oliveira. Motivo: renegociação de dívida no Banco do Brasil que teria beneficiado Preciado.

A conferir
Na época em que a Folha revelou o empréstimo, em maio, Serra disse que nada tinha a ver com a operação no BB. Preciado afirmou que a dívida de suas empresas com o banco foi negociada segundo normas bancárias vigentes. Luiz Francisco deve fazer a denúncia hoje.

Campanha em crise
Pressionado por aliados a tirar o cunhado Einhart da Paz do comando do marketing da campanha presidencial, Ciro chamou o publicitário para uma conversa. Disse a ele que contratasse quem quisesse para auxiliá-lo.

Você decide
Einhart disse que, dos marqueteiros disponíveis no mercado, não aceita trabalhar com nenhum. Ciro, se quisesse, que o substituísse, o que não deve ocorrer. Ontem, o cunhado do presidenciável sondou jornalistas para assessorá-lo.

Longo alcance
Para se desculpar às mulheres pela declaração sobre o papel de Patrícia Pillar na campanha, Ciro disse ontem, no rádio: "Você, mulher, olhe no meu olho".

Vale tudo
Ronaldo Lessa espalha em AL que Collor, seu adversário na disputa pelo governo, teria, numa discussão, quebrado os dentes de Genivaldo Agra, prefeito de Carneiros (AL), antes de um comício em Canapi. O governador alagoano diz ter oferecido proteção policial ao prefeito.

Versões conflitantes
Colloridos negam que houve a agressão. Agra não apareceu na Prefeitura de Carneiros ontem. Um sobrinho diz que o prefeito viajou e não levou o celular.

Amigo do peito
Lula telefonou para o candidato do PT ao governo do Maranhão, Raimundo Monteiro, e ordenou que ele parasse de atacar em seu horário eleitoral o grupo de José Sarney (PMDB). O ex-presidente é aliado do petista na sucessão de FHC.

Paz e amor
A bronca de Lula em Monteiro deu certo. O programa de TV do PT-MA, que na quarta à tarde atacou o ex-presidente Sarney (PMDB), foi substituído na versão noturna por outro que apenas mostrou o programa de governo do candidato petista.

Chute na canela
O comitê de Serra guardou todas as imagens da rebelião em Bangu 1 para usar contra Lula assim que ele atacar a política de segurança de FHC. Para os tucanos, esse é o material que faltava para rebater as acusações do petista contra o governo federal.

Chumbo trocado
Serra agora considera estar "armado" contra Lula. Quando o PT citar casos de corrupção no governo federal, a resposta será Santo André. Quando as denúncias forem contra os "desmandos" em Brasília, os governos petistas do RS e do MS e a Prefeitura de SP serão lembrados.

Apropriação eleitoral
Francisco Escórcio, suplente de senador, imprimiu na gráfica do Senado um livro com uma carta elogiosa de Marco Aurélio de Mello, presidente do STF, dizendo que ela foi endereçada a ele. Detalhe: o texto do ministro havia sido enviado a outro Francisco, o deputado federal Chiquinho Feitosa (PSDB-CE).

Medidas éticas
Marco Aurélio reclamou com Ramez Tebet, presidente do Senado, e pediu providências "cabíveis" contra Francisco Escórcio, candidato a deputado no Maranhão. Na carta, o ministro, no exercício da Presidência da República, convidava Feitosa para a sanção do projeto da TV Justiça, de autoria do deputado.

TIROTEIO

De Carlos Lupi, vice-presidente do PDT e candidato ao Senado pelo RJ, sobre o discurso da campanha presidencial tucana:
- José Serra é um caso para o Procon. Onde já se viu um candidato se apresentar como mudança sendo a própria encarnação da continuidade? Serra é o FHC com olheiras.

CONTRAPONTO

Corpo presente

O senador Lúcio Alcântara, candidato do PSDB ao governo do Ceará, tem usado na campanha um sistema de telemarketing que faz discagens aleatórias. Ao atender o telefone, o eleitor passa a ouvir uma mensagem gravada de Lúcio, que se identifica e pede voto.
Na gravação, o candidato é todo formal e pede licença para "entrar" na casa do eleitor antes de apresentar suas propostas e pedir o apoio.
Na semana passada, Lúcio participou de uma caminhada na cidade de Jardim, no sul do Estado. No meio da passeata, ouviu duas senhoras humildes conversando:
- Matilde, sabe quem me ligou ontem? O senador Lúcio!
Ante a incredulidade da amiga, a eleitora prosseguiu:
- Ele é tão educado, até pediu licença para entrar na minha casa. É lógico que ele pode entrar, na hora que quiser...



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