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Renan descarta deixar cargo e pede "diálogo"
"Não guardo mágoas nem ressentimentos", diz presidente do Senado, que foi para a casa de Roseana Sarney após a sessão
Ao longo do dia, senador recebeu o deputado Jader Barbalho, que o aconselhou a não se licenciar do cargo, e o seu irmão Olavo Calheiros
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dizendo poucas palavras à
imprensa após o resultado que
o absolveu de uma das acusações que ameaçam o seu mandato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) divulgou nota
na noite de ontem afirmando
que já está procurando líderes
para "prosseguir na agenda legislativa" e que o "único sentimento" que o move é o do "entendimento e diálogo".
Apesar de dizer no texto que
saberá corresponder "aos anseios da instituição e aproximá-la cada vez mais da sociedade",
Renan não deu sinais de que
pretende se afastar da presidência do Senado.
"Venceu a democracia. (...)
Não guardo mágoas nem ressentimentos. O único sentimento que me move é o do entendimento e do diálogo", diz o
presidente do Senado. A nota
prossegue afirmando que, "a
partir da decisão madura e soberana do plenário do Senado
já comecei a procurar os líderes
e presidentes dos partidos para
prosseguirmos na agenda legislativa que de fato interessa ao
país e à população. Não tenham
dúvidas, saberei corresponder
aos anseios da instituição e
aproximá-la cada vez mais da
sociedade brasileira".
Jader
O dia de Renan Calheiros
(PMDB-AL) começou com
uma visita do deputado Jader
Barbalho (PMDB-PA), presidente do Senado que se afastou
do cargo e depois renunciou
sob acusação de corrupção.
Jader foi o responsável em
aconselhar Renan a não se afastar da presidência durante a
crise, sempre citando o seu
exemplo -depois de deixar a
presidência do Senado, em
2001, ele também teve que renunciar ao mandato para escapar de uma eventual cassação.
Renan também recebeu o irmão, o deputado federal Olavo
Calheiros (PMDB-AL), que enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara sob a
suspeita de ter sido beneficiado
por uma cervejaria.
Na véspera da votação, o senador ficou no gabinete da presidência até as 21h30, sempre
disparando telefonemas e pedindo o voto pela sua absolvição, mensagem que colocou no
papel ao enviar carta a todos os
80 colegas na noite de anteontem. Nela, pedia: "Não decretem minha morte política", já
que ficaria, se cassado, inelegível até 2019, ano em que terá 63
anos. Renan faz aniversário de
52 anos no domingo.
Vaias
Renan recebeu cumprimentos no plenário e logo depois
saiu, sob algumas vaias e xingamentos de "ladrão". Em meio a
muito tumulto, disse que iria
rezar. Havia uma missa programada em uma igreja de São Judas Tadeu, o santo católico das
"causas impossíveis". Mas ele
não apareceu. Assessores divulgaram depois que ele iria a
um culto evangélico a pedido
da esposa, Verônica.
Na realidade, Renan seguiu
para a casa de seu advogado,
Eduardo Ferrão, e, depois, para
a casa de Roseana Sarney
(PMDB-MA), líder do governo
no Congresso, a anfitriã da comemoração dos renanzistas.
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