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Eleição será a mais difícil, diz Jobim
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, disse que a eleição de 2002
será a "mais difícil" da história.
Todos os 116 milhões de eleitores
votarão em seis candidatos nas
urnas eletrônicas: presidente, governador, dois senadores, deputado estadual e deputado federal.
A afirmação do ministro foi feita no Seminário de Cobertura Política e Eleições, organizado pela
Associação Nacional de Jornais,
que teve início ontem. Jobim falou na conferência "A Justiça Eleitoral e a Liberdade de Imprensa".
Cada eleitor terá de teclar 25 vezes, no mínimo, para completar a
votação. A previsão é que cada
pessoa demore 75 segundos. Serão 19 toques para escolher os seis
cargos e 6 para confirmar o voto.
Na última eleição, para prefeitos
e vereadores, o eleitor precisou teclar nove vezes na urna: 2 toques
para prefeito, 5 para vereador e 2
para confirmar.
"Isso leva a uma aguda preocupação de o eleitor errar na hora de
votar. A tradição em uma eleição
é votar nos candidatos mais conhecidos: governador e presidente da República. Logo, a concentração de votos brancos ou nulos
fica com os demais candidatos."
Para o advogado Manuel Alceu
Affonso Ferreira, o fato de o eleitor ter de digitar 25 vezes para
completar a votação criará uma
dificuldade inusitada. "Isso vai
despertar a vontade de o eleitor
chamar os generais", disse, referindo-se ao regime militar.
Um dos temas mais polêmicos
no seminário foi o direito de resposta, recurso que permite a candidatos que se sentirem ofendidos
com uma reportagem solicitar o
mesmo espaço para defesa.
Para Ferreira, é "natural" e "legítimo" que os jornais manifestem suas idéias em relação a um
certo candidato. "Os jornais têm o
dever de informar e o direito de
manifestar uma opinião. Essa é
uma garantia constitucional."
Jobim disse que solicitou uma
pesquisa para saber o número de
direitos de resposta concedidos
no país. "Posso afirmar é que isso
varia muito de região para região." Para ele, a liberdade de imprensa deve conviver com o direito à normalidade da eleição.
Hoje, o seminário continua com
as conferências "Os Jornais e os
Problemas com a Justiça Eleitoral", "Os Erros dos Jornais Americanos na Última Eleição", "Os
Jornais Brasileiros e a Concorrência da Mídia Eletrônica" e "O Papel das Pesquisas de Opinião".
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