São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2001

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Eleição será a mais difícil, diz Jobim

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, disse que a eleição de 2002 será a "mais difícil" da história. Todos os 116 milhões de eleitores votarão em seis candidatos nas urnas eletrônicas: presidente, governador, dois senadores, deputado estadual e deputado federal.
A afirmação do ministro foi feita no Seminário de Cobertura Política e Eleições, organizado pela Associação Nacional de Jornais, que teve início ontem. Jobim falou na conferência "A Justiça Eleitoral e a Liberdade de Imprensa".
Cada eleitor terá de teclar 25 vezes, no mínimo, para completar a votação. A previsão é que cada pessoa demore 75 segundos. Serão 19 toques para escolher os seis cargos e 6 para confirmar o voto.
Na última eleição, para prefeitos e vereadores, o eleitor precisou teclar nove vezes na urna: 2 toques para prefeito, 5 para vereador e 2 para confirmar.
"Isso leva a uma aguda preocupação de o eleitor errar na hora de votar. A tradição em uma eleição é votar nos candidatos mais conhecidos: governador e presidente da República. Logo, a concentração de votos brancos ou nulos fica com os demais candidatos."
Para o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, o fato de o eleitor ter de digitar 25 vezes para completar a votação criará uma dificuldade inusitada. "Isso vai despertar a vontade de o eleitor chamar os generais", disse, referindo-se ao regime militar.
Um dos temas mais polêmicos no seminário foi o direito de resposta, recurso que permite a candidatos que se sentirem ofendidos com uma reportagem solicitar o mesmo espaço para defesa.
Para Ferreira, é "natural" e "legítimo" que os jornais manifestem suas idéias em relação a um certo candidato. "Os jornais têm o dever de informar e o direito de manifestar uma opinião. Essa é uma garantia constitucional."
Jobim disse que solicitou uma pesquisa para saber o número de direitos de resposta concedidos no país. "Posso afirmar é que isso varia muito de região para região." Para ele, a liberdade de imprensa deve conviver com o direito à normalidade da eleição.
Hoje, o seminário continua com as conferências "Os Jornais e os Problemas com a Justiça Eleitoral", "Os Erros dos Jornais Americanos na Última Eleição", "Os Jornais Brasileiros e a Concorrência da Mídia Eletrônica" e "O Papel das Pesquisas de Opinião".



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