São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 2002

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SERRA PELADA

Cerca de cem policiais são destacados para ação

Disputa por área de garimpo põe em alerta polícias Civil e Militar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A disputa pelo controle de uma área de cem hectares do garimpo de Serra Pelada, no sudoeste do Pará, deixou em estado de alerta as polícias Civil e Militar diante da possibilidade de um conflito entre três grupos rivais e pelo menos 14 mil garimpeiros.
A polícia do Pará destacou um efetivo de cerca de cem homens na tentativa de desarmar garimpeiros. Parte deles está entrincheirada e armada à espera do grupo rival. O garimpo começou em 1980 e foi fechado em 1992.
A tensão voltou a tomar conta de Serra Pelada depois da aprovação de um decreto legislativo no Congresso, em setembro, que autoriza a reabertura do garimpo apenas à lavra manual em uma área de cem hectares, que era administrada pela Companhia Vale do Rio Doce. A Vale disse que "respeita a decisão do Senado" e irá aguardar outros trâmites para se posicionar a respeito.
Um grupo com pelo menos 4.000 garimpeiros tenta entrar em Serra Pelada para explorar a área, mas cerca de dez mil garimpeiros que estão no local, liderados pelo prefeito de Curionópolis, Sebastião Curió (PMDB), 56, quer impedir a entrada do grupo rival. Curió não foi localizado ontem para falar sobre a situação.
Curió é ex-deputado federal e coronel reformado do Exército Brasileiro. Ele ficou conhecido no nos anos 70 como "major Curió", quando participou da investida militar na Guerrilha do Araguaia, na divisa entre Tocantins, Maranhão e Pará. Segundo a Polícia Civil, o grupo liderado por Curió destruiu uma ponte que dá acesso a Serra Pelada.
(MAURÍCIO SIMIONATO)



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