São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empréstimo para o PT é legal, afirma Genoino

DA REDAÇÃO

O ex-presidente do PT José Genoino, avalista de um empréstimo de R$ 3,59 milhões concedido ao partido pelo Banco Rural em 2003, afirmou ontem à Folha que a operação de crédito da sigla "é legal e está incluída na prestação de contas do partido".
A afirmação foi em referência à reportagem desta semana da revista "Época", que publicou a entrevista de um ex-superintendente do banco que afirmou serem uma "farsa" os empréstimos do Rural a Marcos Valério -suspeito de ser o operador do "mensalão"- e repassados ao PT e a partidos da base aliada.
Genoino, no entanto, não comentou a parte da reportagem que cita que houve cinco operações de rolagem da dívida do PT com o Rural, todas autorizadas pela diretoria do banco. Ele afirmou que não havia lido a revista.
Ao ser questionado se os empréstimos eram, como consta da revista, uma forma de ocultar a origem de recursos que chegavam ao PT, Genoino negou e disse que as operações eram legais.
"Os empréstimos são legais e estão na prestação de contas do partido. O PT vai honrar o que deve", disse o petista ontem.
Genoino afirmou ainda que mantinha ontem o que tinha dito "à CPI", sem especificar a qual declaração estava se referindo.
Em depoimento à CPI do Mensalão, em setembro, o ex-presidente do PT transferiu para o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares toda a responsabilidade pelo caixa dois e pelos empréstimos realizados pela legenda.
À época, Genoino disse que Delúbio tinha autonomia para "planejar, arrecadar e pagar as despesas do PT". A Folha não conseguiu localizar Delúbio nem seu advogado ontem, assim como o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini.

Confiança
Em julho, José Genoino, que além de ser avalista do empréstimo do Rural ao PT também foi avalista de um tomado no BMG, dissera que tinha assinado o contrato em "confiança ao Delúbio".
"Quando assinei [o empréstimo] era em confiança ao Delúbio. Estava havia dois meses na presidência do partido. E já falei aqui que sou co-responsável... Não houve crime, não houve ilegalidade, não houve influência no governo." (MICHELE OLIVEIRA)

Texto Anterior: A volta do acusador: Em MT, Jefferson perde causa
Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Fundos de pensão: BC aponta fraude em fundos de 98 a 2002
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.