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Empréstimo para o PT é legal, afirma Genoino
DA REDAÇÃO
O ex-presidente do PT José Genoino, avalista de um empréstimo de R$ 3,59 milhões concedido
ao partido pelo Banco Rural em
2003, afirmou ontem à Folha que
a operação de crédito da sigla "é
legal e está incluída na prestação
de contas do partido".
A afirmação foi em referência à
reportagem desta semana da revista "Época", que publicou a entrevista de um ex-superintendente do banco que afirmou serem
uma "farsa" os empréstimos do
Rural a Marcos Valério -suspeito de ser o operador do "mensalão"- e repassados ao PT e a partidos da base aliada.
Genoino, no entanto, não comentou a parte da reportagem
que cita que houve cinco operações de rolagem da dívida do PT
com o Rural, todas autorizadas
pela diretoria do banco. Ele afirmou que não havia lido a revista.
Ao ser questionado se os empréstimos eram, como consta da
revista, uma forma de ocultar a
origem de recursos que chegavam
ao PT, Genoino negou e disse que
as operações eram legais.
"Os empréstimos são legais e estão na prestação de contas do partido. O PT vai honrar o que deve",
disse o petista ontem.
Genoino afirmou ainda que
mantinha ontem o que tinha dito
"à CPI", sem especificar a qual declaração estava se referindo.
Em depoimento à CPI do Mensalão, em setembro, o ex-presidente do PT transferiu para o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares
toda a responsabilidade pelo caixa dois e pelos empréstimos realizados pela legenda.
À época, Genoino disse que Delúbio tinha autonomia para "planejar, arrecadar e pagar as despesas do PT". A Folha não conseguiu localizar Delúbio nem seu
advogado ontem, assim como o
presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini.
Confiança
Em julho, José Genoino, que
além de ser avalista do empréstimo do Rural ao PT também foi
avalista de um tomado no BMG,
dissera que tinha assinado o contrato em "confiança ao Delúbio".
"Quando assinei [o empréstimo] era em confiança ao Delúbio.
Estava havia dois meses na presidência do partido. E já falei aqui
que sou co-responsável... Não
houve crime, não houve ilegalidade, não houve influência no governo."
(MICHELE OLIVEIRA)
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