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Chávez precisa de psiquiatra, diz Maluf
Para o deputado, que apresenta relatório hoje, cláusula do Mercosul prevê veto a ingresso de ditadura
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relator do projeto de adesão
da Venezuela ao Mercosul, o
deputado federal Paulo Maluf
(PP-SP) apresenta hoje na CCJ
parecer em que diz que a inclusão do país comandado por Hugo Chávez "colide" com a cláusula do bloco econômico que
tem o objetivo de vetar o ingresso de regimes ditatoriais.
"Dizer lá que existe uma democracia porque existe voto é
como dizer que antes de 1930
tínhamos uma democracia no
Brasil, quando o voto era aberto
e havia candidato único. Democracia é voto secreto, com liberdade de imprensa e alternância
no poder", disse Maluf -político que se projetou durante a ditadura militar, nomeado prefeito de São Paulo em 1969 e
eleito governador do Estado
por via indireta em 1978.
Maluf disse considerar que a
adesão do país não fere os princípios da Constituição, mas que
uma eventual aprovação pode
ser questionada no STF.
Na Comissão de Relações Exteriores, o projeto foi aprovado
em uma sessão que durou cinco
horas e em que Chávez foi chamado de "ditador", "golpista" e
"caudilho". Maluf faz coro com
a oposição: "No fundo, ele é um
bufão que precisava, no mínimo, de um psiquiatra. A maneira de ele governar é absolutamente reprovável. São certos
rompantes de autoritarismo
que mostram que é ditador".
"Sob o aspecto constitucional, não tem como rejeitar. O
que deve ser discutido é o tratado do Mercosul, se agride ou
não a cláusula que diz que país
que tem ditadura não entra. Na
minha visão colide (...) Pelo fato
de ter reeleição ilimitada e pela
própria postura de fechar um
canal de comunicação", disse.
A "cláusula democrática" do
Mercosul foi firmada em 1998,
na Argentina, e prevê que "a
plena vigência das instituições
democráticas é condição essencial" para a adesão ao bloco.
O relatório não deve ser votado hoje, já que governistas devem pedir vista. "A entrada é de
interesse do Mercosul", disse
Maurício Rands (PT). Se aprovado, o texto segue para o plenário e depois para o Senado.
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